Brasil registrou um caso de estupro a cada seis minutos em 2023; Roraima teve pior índice na média nacional, aponta Fórum de Segurança
Por: Redação | Foto: Marcelo Casal Jr
Divulgado nesta quinta-feira (18), o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontou recorde no crescimento de estupros em 2023. Uma pessoa foi vítima desse crime a cada seis minutos, totalizando 83.988 casos de estupro, incluindo de vulneráveis. Um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior.
A taxa média nacional foi de 41,4 por 100 mil habitantes, indicando 15 estados com indíces superiores. Roraima apresentou a taxa mais elevada, com 112,5 casos, seguido de Rondônia (107,8), Acre (106,9), Mato Grosso do Sul (94,4) e Amapá (91,7).
A maioria das vítimas são meninas (88,2%), negras (52,2%) e com idade máxima de 13 anos (61,6%). Entre crianças de 10 a 13 anos, foram registrados 233,9 casos por grupo de 100 mil habitantes, quase seis vezes superior à média do país, enquanto entre bebês e crianças de até 4 anos, a taxa chegou a 68,7 casos (1,6 vezes em comparação à média nacional). Em relação aos agressores, 84,7% são familiares ou conhecidos, homens, com ocorrências majotariamente dentro das próprias casas (61,7%).
Os dados do anuário apontaram que outros tipos de violência também tem aumentado no país. Importunação sexual cresceu 48,7%, com 41.371 ocorrências; stalking, com 77.083 casos (34,5%); violência psicológica, com 38.507 registros (33,8%); assédio sexual, 8.135 casos (28,5%); 258.941 agressões decorrentes de violência doméstica (9,8%); tentativas de homicídio houve 8.372 vítimas (9,2%).
Os casos de feminicídio bateram a marca de 0,8%, sendo nove em cada dez desses assassinatos praticados por homens. Entre as 1.467 mulheres mortas no ano passado, 63% delas foram executadas pelo parceiro íntimo e 21,2% por ex-parceiros.
Em Roraima, o crime de tentativa de feminicídio teve crescimento de 80% em um ano no qual a taxa do estado é uma das mais altas do Brasil (de 8,5, enquanto o a média nacional é de 3,4).
Ao longo do último ano, foram concedidos 540.255 medidas protetivas de urgência. Dentre as ligações recebidas pela central 190, as denúncias de violência doméstica representaram 848.036 dos acionamentos e 778.921 de ameaças.