Vírus mayaro circula entre humanos em Roraima, afirma Unicamp

Por: Redação | Foto: Genilton Vieira/IOC/Fiocruz


Um estudo realizado pelo Instituto de Biologia (IB) da Unicamp em parceria com outras instituições de pesquisa brasileiras e internacionais e divulgado pela revista Emerging Infectious Diseases confirmou a circulação do vírus mayaro (MAYV) entre humanos no estado de Roraima, com possível transmissão urbana.

A descoberta é da bióloga Júlia Forato, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular do IB com participação da bióloga Fabiana Granja, docente da Universidade Federal de Roraima (UFRR), como coorientadora.

Identificado pela primeira vez nas ilhas caribenhas de Trinidad e Tobago na década de 1950, o vírus é considerado uma arbovirose e endêmico nas Américas do Sul e Central, tendo como vetor o Haemagogus janthinomys, mosquito silvestre transmissor da febre amarela. No Brasil, a detecção de MAYV foi historicamente registrada em estados da região Norte, como Acre e Pará, além do já citado Amazonas. Em Roraima, já havia sido detectado em animais em áreas de transição entre áreas rurais e urbanas.

Entre as amostras coletadas em pacientes em estado febril, entre 2020 e 2021, quando Roraima enfrentava uma epidemia de dengue após um surto de febre chikungunya, foi identificada a ocorrência de oito arbovirus e presença de MAYV em 3,4% delas. Além da circulação simultânea dos vírus mayaro e chikungunya no estado, o resultado apontou também possível disseminação urbana do vírus, considerando que estas pessoas não relataram atividades em áreas de mata ou rurais, onde o vírus é encontrado comumente em animais que habitam as copas de árvores, como primatas, aves e roedores. 

Sintomas

Conforme análise da Unicamp, nos humanos o vírus mayaro causa doença febril aguda, podendo ter o diagnóstico confundido com dengue e chikungunya, já que tem como sintomas associados dores no corpo, fadiga, artralgia, dor e inchaço nas articulações. A principal diferença é que a febre e as dores musculares e articulares são mais intensas e prolongadas.

Clique aqui para conferir mais detalhes do estudo.

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