Panela de barro de Roraima ganha reconhecimento de Indicação Geográfica pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial

Por: Redação | Foto: Ascom-CIR


Referência na produção de panelas de barro em Roraima, a região da Raposa, localizada no Território Indígena Raposa Serra do Sol, recebeu o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP). O registro, que é primeiro IG do estado, foi concedido nesta terça-feira (13) pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

A IG é conferida a produtos ou serviços que atribuem reputação, identidade própria e valor intrínseco, característicos da sua origem geográfica. Como requisito para garantir o selo de relevância regional da Raposa na produção das panelas, foram exploradas notícias publicadas pela imprensa, além de uma tese de Doutorado.

Entre os conteúdos jornalísticos consultados, uma reportagem do site g1 destacando o trabalho ancestral das ceramistas da Comunidade Raposa I, no município de Normandia. A revista socioambiental Xapuri, além da tradição e aspecto material, abordou o ritual religioso na fabricação do artesanato indígena. Por sua vez, o jornal Folha de Boa Vista traz como destaque a trajetória e empreendedorismo da artesã Macuxi, Lídia Raposo, referência na confecção artesanal e resgate cultural das panelas de barro.

Além disso, também foram apresentados trechos de uma tese de Doutorado que descreve as tradições, a cultura local e a forma de produção das panelas nas festividades, como o Festival das Panelas de Barro, além da relação cosmológica em torno do barro nas ‘Terras de Makunaimî'”, que se refere à localidade de Raposa.

Com as análises, foi comprovado que o processo de produção das panelas de barro é uma tradição local secular na Comunidade de Raposa, agregada de valores desde a coleta da matéria-prima até sua modelagem feita à mão, seguindo as tradições e rituais específicos, possível graças ao conhecimento e ao saber fazer das artesãs, que passa de mãe para filha através dos anos, mostrando ser uma atividade essencialmente feminina na região.

Com esse registro, o Brasil chega a 127 IGs reconhecidas no país, sendo 89 IPs (todas nacionais) e 38 DOs (28 nacionais e 10 estrangeiras).

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