Qualidade de ar em Boa Vista atinge nível considerado perigoso à saúde

Na manhã desta segunda (25), prefeito Arthur Henrique realizou entrevista coletiva para anunciar medidas a serem adotadas pelo município

Por: Redação | Foto: Conexão Boa Vista


Há algum tempo, moradores de Roraima têm sofrido com as queimadas e suas consequências. Neste domingo (24), não foi diferente. Foi possível observar uma nuvem de fumaça intensa por toda a região de Boa Vista desde o início da tarde. Ao anoitecer, a situação piorou.

Conforme o aplicativo Selva, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que monitora, em tempo real, as queimadas e a qualidade do ar na região amazônica, a combinação de calor e incêndios florestais em diversos locais do estado fez com que Boa Vista registrasse 334.5µg/m3 em uma escala de que vai de 0 a 160µg/m3, um nível considerado perigoso.

Nesta segunda-feira (25), os níveis de partículas por metro cúbico em Boa Vista chegaram a atingir 391µg/m3 no início da manhã, o maior registrado até o momento. A diretriz da OMS (Organização Mundial da Sáude) é de, no máximo, 50µg/m3 em 24hs.

O governo de estado orientou, em suas redes sociais, que a população feche portas e janelas e faça uso do ar-condicionado em velocidade baixa.

A Prefeitura de Boa Vista emitiu alerta e recomendações na manhã de hoje. Em entrevista coletiva após reunião de urgência com Comitê de Prevenção e Combate às Queimadas, o prefeito Arthur Henrique anunciou medidas extraoficiais.

Entre os primeiros procedimentos, estão a suspensão de atividades ao ar livre para idosos dos projetos sociais e para alunos das unidades de ensino municipais, liberação das refeições em sala de aula nas nas escolas, além de orientação para que a população retome o uso de máscara de proteção e evite esforços ao ar livre.

Conforme o prefeito, as ações da gestão ocorrem desde o mês de outubro do ano passado, para coibir as queimadas nesse período de estiagem e reduzir os riscos dos incêndios, com campanhas educativas e de sensibilização nos veículos de comunicação e nas ruas de Boa Vista, orientação nos bairros, fiscalização de terrenos baldios e a intensificação de retirada de galhadas.

Na área rural, foram feitas escavações de tanques e implantação de aceiros para contenção de chamas no entorno da cidade. Também foram firmadas parcerias com o Ibama, por meio do Programa PrevFogo, para maior monitoramento e combate a focos de incêndio nas vicinais, comunidades indígenas e rodovias.

Foto: Reprodução

Além das queimadas, o estado enfrenta seca severa, atrelada ao fenômeno El Niño. Conforme dados da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), o Rio Branco começou a reduzir seu volume no início de fevereiro, marcando o nível de 0,20m. Atualmente, está chegando ao mais baixo da história, com -0,39m, comprometendo o abastecimento em 70% em Mucajaí e 30% em Boa Vista.

Comente

Seu e-mail não será publicado. Campos obrigatórios *.