Transtorno do espectro do autismo: mãe descreve rotina e benefícios da Carteira de Identificação
A jornalista Priscila Gonçalves descobriu o diagnóstico do filho Pedro em abril deste ano.
Por: Bruna Cássia
Em abril deste ano, o pequeno Pedro, de 3 anos, foi diagnosticado com autismo. O relato é da mãe dele, a jornalista Priscila Gonçalves. Ela relembra o motivo que a fez desconfiar da condição do filho.
“A primeira desconfiança foi quando ele tinha 1 ano e 10 meses. E logo no primeiro mês de aula a escola já me chamou para conversar sobre o comportamento dele. Em seguida veio a pandemia e passei quatro meses em casa com ele direto e pude observar mais os comportamentos dele”, contou.
Entre os comportamentos diferenciados estavam pequenos gritos, hiperatividade além de sempre chamar a atenção das pessoas tocando nelas.
“Quem vê pensa que é uma criança mal criada, mimada, que os pais não dão limites, mas eles tem uma forma muito diferente de ver e lidar com o mundo”, explicou a mãe, acrescentando que cada criança age de uma forma diferente.
Foi quando ela decidiu fazer uma consulta com uma neuropediatra, que levantou a hipótese de autismo e depois confirmou a situação.
Agora, a criança tem acompanhamento médico, faz terapia, natação e, em breve, vai iniciar atendimento de fonoaudiologia.
“Ele sempre será reavaliado pela neuropediatra com relação ao avanço nas terapias e as novas necessidades, e temos uma médica em Campinas que trabalha com o acompanhamento nutricional dele”, acrescentou.
Pedro também tem uma carteira de autista, disponibilizada pelo Governo Estadual, que ajuda na identificação para diversos atendimentos. Priscila relembra que o documento foi importantíssimo durante uma viagem a São Paulo.
“Percebi todo cuidado recebido pelas equipes de bordo (avião), taxistas, equipes dos hotéis. É muito importante usarmos e divulgarmos esta identificação, pois as crianças autistas têm comportamentos diferentes das crianças típicas e com a identificação os pais e ou profissionais podem entender o porquê”, reforçou.
Como emitir o documento?
Para emitir a Carteira de Identificação do Autista é necessário imprimir um requerimento que está disponível no site da Secretaria do Trabalho e Bem Estar Social (Setrabes), pelo endereço eletrônico setrabes.rr.gov.br.
O formulário preenchido e os documentos solicitados devem ser entregues no Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência, situado na Av. São Sebastião, 1195, Santa Tereza, em Boa Vista.
A Setrabes disponibiliza o documento desde setembro de 2020, por meio da Lei Estadual nº 1.306/2019.
Transtorno do Espectro Autista
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou simplesmente autismo, é “um grupo de condições caracterizadas por algum grau de alteração do comportamento social, comunicação e linguagem, e por um repertório restrito, estereotipado e repetitivo de interesses e atividades”, explica a Associação de Amigos do Autista (AMA).
Geralmente, o autismo surge na infância e tende a permanecer na adolescência. “As pessoas afetadas pela TEA frequentemente têm condições comórbidas, como epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade”, informou a AMA.