Crise climática acelera o risco de extinção global

Por: Redação | Foto: Carol Custódio/Greenpeace
Durante o Forecasting Healthy Futures Global Summit, realizado no Rio de Janeiro em 8 de abril, o pesquisador Hugh Montgomery, da University College London, alertou sobre os graves riscos das mudanças climáticas. Segundo ele, sem medidas urgentes para reduzir as emissões de gases poluentes, o aumento da temperatura global pode provocar uma extinção em massa semelhante à que ocorreu há milhões de anos, quando a maioria das espécies desapareceu.
Montgomery alertou que o aumento da temperatura global já alcançou 1,5 °C em 2024 e, sem mudanças significativas na redução de gases do efeito estufa, pode chegar a 2,7°C até 2100. Caso atinja 3°C, as consequências seriam catastróficas, colocando em risco a existência de inúmeras espécies e a própria sobrevivência humana. Ele também destacou que as mudanças climáticas podem causar uma queda de 20% na economia global até 2049, equivalente a perdas de 38 trilhões de dólares por ano.
Atualmente, o mundo emite cerca de 54,6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂) por ano, e os cientistas também alertam sobre o metano, um gás que, embora emitido em menor quantidade, é significativamente mais prejudicial, com 83 vezes mais impacto ambiental do que o CO₂. Ele é liberado, por exemplo, durante a exploração de gás natural.
Os efeitos do desequilíbrio climático podem incluir o derretimento do gelo no Ártico, elevação do nível do mar, secas severas e tempestades mais intensas, causando desastres naturais, deslocamento de populações e problemas de saúde.
“Se alcançarmos, mesmo que temporariamente, um aumento entre 1,7 °C e 2,3 °C, teremos um colapso abrupto das camadas de gelo do Ártico. Sabemos que isso também vai causar uma desaceleração significativa da Circulação Meridional do Atlântico, da qual depende o nosso clima, nos próximos 20 ou 30 anos, provocando uma elevação do nível do mar em vários metros, com consequências catastróficas”, explicou.
Para enfrentar esse cenário, Montgomery sugere reduzir o uso de combustíveis fósseis, ampliar em energias renováveis, como solar e eólica, investir em soluções tecnológicas para remover gases poluentes da atmosfera e reforçar a importância de ações individuais, como a economizar de energia e apoiar práticas sustentáveis, para mitigar os impactos e evitar consequências graves.