Comunidade Indígena Vista Nova recebe capacitação em piscicultura com projeto Moro-Morí

Por: Redação | Foto: Andrezza Mariot
Moradores da Comunidade Indígena Vista Nova, na zona rural de Boa Vista, participaram nesta quarta-feira (2) de uma capacitação voltada ao fortalecimento do projeto de piscicultura Moro-Morí. A atividade, promovida pela Prefeitura de Boa Vista por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas (SMAAI), foi realizada na Escola Municipal Clemente dos Santos e abordou temas essenciais para o manejo e produção sustentável de peixes.

Durante a capacitação, o técnico agrícola Juarez Barros de Oliveira apresentou noções básicas sobre a criação em tanques escavados, como a importância da limpeza regular, aplicação de calcário para correção da acidez da água, quantidade ideal de peixes por metro cúbico e as principais diferenças entre as espécies criadas. Segundo ele, a capacitação é padronizada para atender todas as comunidades contempladas com o projeto.
“Essa iniciativa vai além da produção. Estamos promovendo autonomia alimentar e possibilidade de renda. A prefeitura fornece todos os insumos necessários, como alevinos, ração, kits de limpeza e redes de arrasto. O objetivo é que cada família possa conduzir sua criação com qualidade e segurança”, explicou o técnico.
Para o tuxaua Atenison de Souza Oliveira, líder da comunidade, o treinamento marca um avanço importante para Vista Nova. “Agradecemos aos gestores por essa oportunidade. Vamos aplicar o que aprendemos hoje e passar o conhecimento para as próximas gerações. Isso é um passo importante para o futuro da nossa comunidade”, destacou.
A jovem Tainara Menezes, que vem de uma família com tradição na pesca, participou da formação para aperfeiçoar os conhecimentos sobre piscicultura. “Aprendi que é preciso calcular o tamanho do tanque e a quantidade de peixes. Se colocamos muitos peixes em pouco espaço, eles não crescem. Também entendi como o calcário ajuda a controlar a acidez da água e melhora o ambiente dos peixes”, contou.
O Projeto Moro-Morí — cujo nome significa “peixe bom” em macuxi — foi implantado na atual gestão e oferece estrutura completa para o cultivo de peixes nas comunidades indígenas. A ação inclui escavação dos tanques, capacitação, assistência técnica, apoio na despesca e fornecimento de materiais como balanças, motores-bomba e redes de pesca.