Com baixa adesão, Boa Vista reforça vacinação em campanhas itinerantes

Apenas 65% das crianças menores de dois anos estão com a vacinação em dia. Prefeitura amplia ações para tentar frear avanço de doenças preveníveis.
Por: Redação | Foto: Diane Sampaio
A taxa de cobertura vacinal entre crianças menores de dois anos em Boa Vista é de apenas 65% — número que acende um alerta entre profissionais da saúde e reforça a urgência de manter a caderneta de vacinação em dia. Em um cenário nacional onde o Brasil volta à lista dos países com mais crianças não vacinadas, segundo levantamento da OMS e Unicef, autoridades locais intensificam esforços para evitar o agravamento dessa estatística.
A preocupação se acentua com a chegada das chuvas, período marcado pelo aumento de doenças respiratórias e maior circulação de vetores, como o mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya. Crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas devem ter atenção redobrada, já que são mais vulneráveis às infecções que circulam nesse período.
Apesar da disponibilidade gratuita nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), a adesão ainda está aquém do necessário. Para ampliar o alcance, a Prefeitura de Boa Vista tem adotado ações itinerantes fora das UBSs, levando imunização para locais de grande circulação, como praças, shoppings e eventos populares como o Boa Vista Junina, AgroBV e Mormaço Cultural. Em tendas identificadas, profissionais aplicam doses e oferecem informações de forma acessível, sem necessidade de agendamento.
Além da cobertura vacinal baixa entre crianças, outra frente de combate em Boa Vista é contra as hepatites virais. Silenciosas, essas doenças atacam o fígado e podem evoluir para quadros graves sem dar sinais. Para combatê-las, o município oferece testagens rápidas e vacinação gratuita nas UBSs — sem necessidade de agendamento.
Entre 2024 e 2025, já foram notificados 239 casos no município. Nos casos confirmados, o atendimento é direcionado conforme o perfil do paciente: gestantes são encaminhadas ao Centro de Saúde da Mulher, enquanto os demais seguem para o Serviço de Atendimento Especializado (SAE). A meta, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, é descentralizar o tratamento e facilitar o acesso nas UBSs.
A vacina contra Hepatite B é oferecida a todas as faixas etárias, enquanto a de Hepatite A é voltada a crianças entre 15 meses e 5 anos. Só nos primeiros sete meses de 2025, mais de 28 mil doses da vacina contra Hepatite B foram aplicadas — número que já supera o total do ano anterior.
Vacinas protegem quem recebe e ajudam a conter a propagação de vírus e bactérias. Em tempos de baixa cobertura, a falta de imunização representa riscos à saúde pública. A população pode se vacinar gratuitamente nas UBSs com documento e caderneta, ou nas ações itinerantes pela cidade.