Brasil registra queda de 58% nas queimadas até agosto de 2025, mas Cerrado segue com maior número de focos
Por: Redação | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Brasil contabilizou mais de 34 mil focos de queimadas entre 1º de janeiro e 14 de agosto de 2025, segundo dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Apesar do número ainda elevado, houve uma redução de 58% em relação ao mesmo período de 2024, sinalizando avanços no monitoramento e controle de incêndios florestais.
Entre os seis biomas brasileiros, o Cerrado concentra quase metade dos focos (48,3%), seguido pela Amazônia (25,5%), Mata Atlântica (14,7%), Caatinga (9,7%), Pantanal (1,5%) e Pampa (0,4%).
| Estado | Focos Registrados |
|---|---|
| Mato Grosso (MT) | 5.070 |
| Tocantins (TO) | 4.467 |
| Maranhão (MA) | 4.153 |
| Bahia (BA) | 3.193 |
| Pará (PA) | 2.380 |
| Piauí (PI) | 2.351 |
| Minas Gerais (MG) | 2.191 |
| Goiás (GO) | 1.236 |
| Rio Grande do Sul (RS) | 1.078 |
| Santa Catarina (SC) | 969 |
| Amazonas (AM) | 942 |
| Roraima (RR) | 930 |
| Mato Grosso do Sul (MS) | 921 |
| Paraná (PR) | 777 |
| São Paulo (SP) | 665 |
| Ceará (CE) | 592 |
| Rondônia (RO) | 445 |
| Pernambuco (PE) | 430 |
| Acre (AC) | 289 |
| Rio de Janeiro (RJ) | 239 |
| Paraíba (PB) | 221 |
| Espírito Santo (ES) | 207 |
| Rio Grande do Norte (RN) | 163 |
| Sergipe (SE) | 136 |
| Alagoas (AL) | 123 |
| Distrito Federal (DF) | 83 |
| Amapá (AP) | 11 |
O estado de Mato Grosso lidera o ranking com 5.070 queimadas, seguido por Tocantins (4.467), Maranhão (4.153), Bahia (3.193) e Pará (2.380). O Piauí, que enfrenta uma das piores secas dos últimos cinco anos, aparece com 2.351 focos registrados.
Diante da estiagem severa, desde 15 de agosto, o governo do Piauí decretou proibição do uso do fogo em todo o estado. A medida, válida até 13 de setembro, pode ser prorrogada por mais 30 dias. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), os baixos níveis de água nos rios e açudes, somados à baixa umidade do ar e aos ventos fortes, aumentam significativamente o risco de incêndios.
A proibição tem caráter preventivo e busca proteger áreas de preservação e comunidades vulneráveis. Estão autorizadas apenas a queima de canaviais em unidades agroindustriais e atividades de capacitação técnica voltadas à prevenção e combate ao fogo, desde que previamente aprovadas pela Semarh.
Em Roraima, os 930 focos registrados também preocupam autoridades ambientais. Por abrigar parte da Floresta Amazônica, o estado enfrenta desafios específicos, como o uso irregular do fogo em áreas rurais e o impacto direto sobre comunidades indígenas e reservas naturais.

