Mesmo com streaming, pesquisa revela que 46% dos brasileiros assistem tv aberta com frequência

Por: Redação | Foto: Bruno Peres/Agência Brasil


Mesmo com o avanço das plataformas digitais, a televisão tradicional continua firme no hábito de consumo das famílias brasileiras. É o que aponta uma pesquisa recente da Nexus, que revela que 46% dos brasileiros das classes A, B e C ainda assistem sempre (30%) ou frequentemente (16%) à TV aberta ou por assinatura.

O levantamento mostra que, longe de ser substituída, a TV convencional convive com o streaming — e, em muitos casos, os dois formatos se complementam. Para 35% dos entrevistados, o consumo de televisão aumentou após a assinatura de serviços digitais. Já 23% disseram que passaram a assistir menos, e apenas 5% abandonaram a TV depois de aderirem ao streaming.

Segundo o diretor de pesquisa da Nexus, André Jácomo, os dados desafiam a ideia de que o streaming vai “matar” a televisão tradicional. “O que vemos é uma complementariedade do consumo. A TV aberta ainda tem força cultural, especialmente pela experiência coletiva de assistir em família. O streaming não é um inimigo, mas uma camada adicional de conteúdo”, afirmou.

A pesquisa também revela diferenças marcantes entre faixas etárias. Os baby boomers (61 a 79 anos) são os que mais assistem à TV com frequência (61%), seguidos pela geração X (45 a 60 anos), com 48%. Entre os millennials (29 a 44 anos), o índice cai para 42%, e entre os jovens da geração Z (13 a 28 anos), apenas 38% mantêm o hábito regular.

O perfil socioeconômico também influencia. O consumo mais intenso aparece entre pessoas com até o ensino fundamental completo (40%), brasileiros da classe C (37%) e moradores das regiões Norte e Centro-Oeste (36%).

Apesar da resistência da TV tradicional, o streaming lidera quando se trata de entretenimento sob demanda. Cerca de 69% dos entrevistados afirmam assistir a mais filmes e séries nas plataformas digitais do que na televisão convencional. E 58% dizem consumir “muito mais” conteúdo via streaming.

O estudo foi realizado entre os dias 14 e 20 de julho de 2025, com 1.000 brasileiros das classes A, B e C, com idade a partir de 16 anos, em todas as 27 unidades da federação. A margem de erro é de três pontos percentuais, com 95% de confiança.

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