Boa Vista aposta na agricultura indígena para combater insegurança alimentar

Por: Redação | Foto: PMBV
Famílias indígenas de Boa Vista têm reforçado a segurança alimentar com o cultivo de alimentos em pequenas roças no quintal de casa. A prática, tradicional em comunidades como Vista Alegre, no Baixo São Marcos, ganhou impulso com o apoio da prefeitura, que fornece insumos, assistência técnica e infraestrutura para melhorar a produção.

Entre os alimentos cultivados estão mandioca, macaxeira, banana, milho, abóbora e limão. Os produtos abastecem diretamente as famílias e fortalecem a autonomia das comunidades, preservando práticas culturais.
Segundo o secretário municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas, Cezar Riva, o objetivo é permitir que cada comunidade produza o próprio alimento com qualidade e em quantidade suficiente. Além disso, há incentivo à produção excedente para comercialização.
Dados levantados por líderes indígenas em junho de 2024 apontam que cerca de 5.200 pessoas, distribuídas em 1.500 famílias, vivem nas 17 comunidades indígenas da capital. Todas recebem apoio com máquinas, calcário, fertilizantes e sementes para preparo do solo e plantio, um investimento de mais de R$ 62 milhões em políticas públicas voltadas para o campo.

Outro ponto relevante é o avanço do projeto Moro-Mori, que incentiva a criação de peixes em tanques escavados nas comunidades indígenas. Atualmente, 14 localidades participam da iniciativa, com previsão de expansão para mais três até o fim do ano. Cinco comunidades já concluíram a primeira despesca, totalizando cerca de 11 toneladas de pescado. Parte da produção é destinada ao consumo interno, enquanto o restante é comercializado, contribuindo para a geração de renda local.