Caixa amplia teto e flexibiliza uso do FGTS na compra de imóveis

Por: Redação | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil


A partir desta segunda-feira (13), comprar um imóvel no Brasil ficou mais viável para milhares de famílias. A Caixa Econômica Federal começou a operar um novo modelo de crédito habitacional, com regras mais flexíveis e condições que prometem destravar o financiamento para quem estava quase lá, mas esbarrava na entrada ou no valor do imóvel.

O pacote, apoiado pelo governo federal, eleva o limite de financiamento para até 80% do valor do imóvel. Antes, o teto era de 70%. Na prática, isso significa que o comprador precisa juntar menos dinheiro para dar de entrada. Um imóvel de R$ 500 mil, por exemplo, exigia R$ 150 mil de entrada. Agora, com a nova regra, esse valor cai para R$ 100 mil.

Além disso, o valor máximo dos imóveis que podem ser financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) passou de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Isso amplia o alcance das condições especiais do SFH, como juros mais baixos e possibilidade de usar o FGTS mesmo em imóveis de padrão mais elevado.

As mudanças foram desenhadas para atender famílias com renda mensal acima de R$ 12 mil, faixa que costuma ficar no limbo: não se enquadra nos programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida, e também não tem acesso fácil ao crédito com taxas competitivas. Com a nova política, essa parcela da população ganha fôlego para financiar imóveis com condições mais justas.

O uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também foi ampliado. Agora, ele pode ser usado em imóveis de até R$ 2,25 milhões, desde que o financiamento esteja dentro das regras do SFH. O saldo pode servir como entrada, para abater parcelas ou para reduzir o prazo do contrato.

O novo modelo será testado até o fim de 2026. Se os resultados forem positivos, com mais crédito circulando e menos custo para o comprador, a Caixa pretende adotar o formato de forma definitiva a partir de 2027.

Durante esse período, também haverá mudanças no uso dos recursos da poupança pelos bancos. A obrigatoriedade de destinar 65% dos depósitos ao crédito habitacional será gradualmente extinta. Ao final da transição, os bancos poderão usar até 100% dos recursos da poupança para financiar imóveis, sem retenções pelo Banco Central.

Para quem deseja simular ou contratar o financiamento, o processo continua simples: reunir os documentos, acessar o simulador no site da Caixa e procurar uma agência para formalizar o pedido. Não é necessário ser cliente do banco, basta atender aos critérios de renda e comprovar capacidade de pagamento.

Com R$ 20 bilhões previstos para injetar no setor e expectativa de financiar até 80 mil imóveis até o fim de 2026, a Caixa reforça seu papel como principal operadora do crédito habitacional no país, responsável por cerca de 70% das operações.

Comente

Seu e-mail não será publicado. Campos obrigatórios *.