Brasil elimina transmissão do HIV de mãe para bebê e registra menor mortalidade por Aids em 32 anos
Por: Redação | Foto: Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Brasil alcançou dois marcos importantes no enfrentamento ao HIV: a eliminação da transmissão vertical como problema de saúde pública e a menor taxa de mortalidade por Aids registrada em mais de três décadas. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (1º), junto com o novo boletim epidemiológico.
Entre 2023 e 2024, o número de mortes por Aids caiu 13%, passando de mais de 10 mil para 9,1 mil. É a primeira vez, em trinta anos, que o país registra menos de dez mil óbitos pela doença em um único ano. O total de novos diagnósticos também seguiu tendência de redução e apresentou queda de 1,5%.
No atendimento materno-infantil, houve recuo de 7,9% nos casos de gestantes com HIV e redução de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus. A profilaxia neonatal passou a ser iniciada mais cedo, com queda de 54% nos atrasos, indicando melhora na assistência durante o pré-natal e nas maternidades.
Com esses avanços, o país manteve a taxa de transmissão vertical abaixo de 2% e a incidência em crianças abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos, níveis que atendem integralmente aos critérios da Organização Mundial da Saúde. Na prática, isso significa que o Brasil interrompeu a infecção de bebês durante a gestação, o parto ou a amamentação de maneira sustentada.
Os resultados são atribuídos ao fortalecimento da prevenção combinada, à ampliação da testagem e à oferta de tratamentos mais modernos pelo Sistema Único de Saúde. O uso da PrEP cresceu mais de 150% desde 2023 e atingiu 140 mil usuários. A testagem também se expandiu com a aquisição de 6,5 milhões de duo testes e a distribuição de 780 mil autotestes. Mais de 225 mil pessoas utilizam o esquema de comprimido único baseado em lamivudina e dolutegravir, considerado mais eficaz e com menos efeitos adversos.
Com esses indicadores, o Brasil se aproxima das metas globais 95-95-95, que preveem diagnóstico, tratamento e supressão viral em 95% das pessoas vivendo com HIV. Duas dessas etapas já são consideradas atingidas, segundo a pasta.
A queda nos números ocorre em um momento em que o Ministério da Saúde também reforça ações de mobilização social. Foram lançados editais que somam R$ 9 milhões para apoiar organizações da sociedade civil que atuam na área. A pasta afirma que ampliou o número de comissões e comitês consultivos relacionados ao tema e criou um grupo interministerial voltado à eliminação de infecções e doenças determinadas socialmente.

A agenda do Dezembro Vermelho 2025 começou com a inauguração da exposição “40 Anos da Resposta Brasileira à Aids”, aberta ao público no SESI Lab, em Brasília. A mostra reúne documentos, obras, depoimentos e a campanha “Nascer sem HIV, viver sem aids”, entre outras que ajudam a reconstruir a trajetória brasileira no combate à doença. A curadoria inclui participação de especialistas, ativistas e representantes de movimentos sociais.
A exposição segue aberta até 30 de janeiro de 2026. A programação inclui debates, oficinas, sessões de cinema e apresentações artísticas. Até o dia 7 de dezembro, a entrada é gratuita mediante retirada de ingressos na bilheteria física ou online. O SESI Lab fica no Setor Cultural Sul, Bloco A, Asa Sul, e mais informações podem ser consultadas no perfil oficial do espaço, @sesi.lab.

