Mulheres, pretos e pardos seguem mais expostos à pobreza, aponta IBGE
Por: Redação | Foto: Acervo/IBGE
O novo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que menos brasileiros viveram em pobreza e extrema pobreza em 2024. Foi o terceiro ano seguido de queda. No total, o país saiu de quase 57 milhões de pessoas nessas condições em 2023 para cerca de 48 milhões em 2024. Isso significa que mais de 8,6 milhões de brasileiros deixaram de viver abaixo das linhas de renda consideradas mínimas.

O estudo reforça que essa melhora tem duas explicações principais. A primeira é que o mercado de trabalho voltou a crescer, com mais gente encontrando emprego e conseguindo ganhar um pouco mais. A segunda é o reforço nos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família e o Auxílio Brasil, que passaram a pagar valores maiores e a atender mais famílias.
Segundo o instituto, se benefícios como o Bolsa Família e o BPC não existissem, a extrema pobreza no país seria quase três vezes maior, chegando a 10% da população. A pobreza também aumentaria, passando de 23,1% para 28,7%.
Por outro lado, mesmo com a redução, o levantamento mostra que as desigualdades continuam fortes e que as diferenças entre regiões ainda são grandes. O Nordeste teve o maior avanço, reduzindo a proporção de pobres de 47,2% para 39,4%. O Sul registrou o menor índice do país em 2024, com 11,2% da população abaixo da linha da pobreza.
Os números também apontam desigualdades entre gênero e raça. A pobreza atinge mais mulheres (24%) do que homens (22,2%). E a população preta e parda segue sendo a mais afetada. Juntas, essas pessoas representam pouco mais da metade dos brasileiros, mas correspondem a 71,3% de todos os pobres do país.
Entre pretos, 25,8% vivem na pobreza; entre pardos, 29,8%. Na população branca, o índice cai para 15,1%. A extrema pobreza também mostra essa diferença: 3,9% dos pretos e 4,5% dos pardos estão nessa situação, contra 2,2% entre brancos.
Os dados são da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS) divulgada pelo IBGE e confirmam que a vulnerabilidade econômica permanece mais concentrada entre grupos historicamente afetados por menor acesso a oportunidades sociais e econômicas.

