Por: Redação | Foto: Rebeca Lima

Boa Vista tem reforçado, com resultados práticos, o papel da agricultura familiar como vetor de desenvolvimento urbano. O investimento na produção rural ultrapassa R$ 62 milhões na atual gestão, ampliando a capacidade de cultivo durante todas as estações do ano e conectando diretamente o campo à mesa do consumidor na cidade. A política de fortalecimento do agro local tem como foco o uso de tecnologia, sustentabilidade e inclusão econômica — refletindo positivamente no comércio, na geração de empregos e no abastecimento público.

O elo entre zona rural e área urbana se concretiza não apenas na produção alimentícia, mas em um fluxo econômico que envolve transporte, feiras, cooperativas e o varejo. Produtores familiares como Antônia da Silva, na região do Truaru, são exemplos de como o cultivo local tem alcançado grandes mercados e contribuído com o fornecimento da merenda escolar, ajudando a reduzir custos e garantir alimentos frescos aos alunos da rede municipal.

Parte estratégica dessa engrenagem está na AgroBV, evento anual que transformou Boa Vista em vitrine do setor agropecuário de Roraima. Em sua edição de 2025, o evento promove um campo experimental de 26 hectares no Centro de Difusão Tecnológica (CDT), onde cultivares como soja, milho, girassol, sorgo e raízes são testados em diferentes condições para promover maior eficiência agrícola. O espaço reúne resultados concretos de pesquisas aplicadas e orienta agricultores na escolha de técnicas e sementes adaptadas ao solo da região.

A iniciativa permite que produtores visualizem, na prática, o que funciona melhor nas condições locais. “Os ensaios ajudam a definir, com base científica, o que plantar e como plantar, reduzindo riscos e aumentando a produtividade”, explica Cezar Riva, secretário municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas.

Empresas como Superagro e Pioneer Sementes marcam presença com soluções desenvolvidas especificamente para os desafios locais. O evento também apresenta consórcios de capim e milho, híbridos com melhoramento genético e modelos de integração produtiva, garantindo aos produtores um conhecimento direto do desempenho no campo.

A prefeitura, ao investir em assistência técnica especializada, irrigação com energia solar e distribuição de máquinas agrícolas, consolida um modelo de gestão que usa o potencial do campo para expandir os benefícios da cidade. O impacto é notado tanto no fortalecimento da cadeia produtiva quanto na melhoria da qualidade de vida da população urbana, criando um ciclo sustentável que se retroalimenta com mais autonomia e valorização do produtor.

Criado em 2018, o campo experimental do CDT acumula dados e experiências práticas que alimentam um banco de informações usado por agricultores para tomar decisões mais eficientes. A AgroBV segue até 3 de agosto, com entrada gratuita e programação voltada a agricultores, empresários do setor e público em geral.