Alerta de SRAG – Casos estabilizam em algumas regiões, mas hospitalizações disparam

Por: Redação | Foto: Tony Winston/Agência Brasília
O número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) tem crescido de forma expressiva em todo o Brasil, com destaque para estados das regiões Centro-Sul e Norte. Em Roraima, o boletim InfoGripe divulgado pela Fiocruz nesta quinta-feira (13) aponta que, assim como em outros 20 estados, a incidência de SRAG atingiu o nível de alerta, risco ou alto risco, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo.
De acordo com o levantamento, o crescimento de hospitalizações em Roraima está ligado, principalmente, aos vírus influenza A e sincicial respiratório (VSR). A influenza A tem afetado todas as idades, com maior impacto na população idosa, enquanto o VSR é responsável pela maioria das internações de crianças pequenas.
Em Boa Vista, a situação também demanda atenção. A capital roraimense está entre as 17 capitais que apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco, com tendência de crescimento. Dados específicos indicam um aumento nos casos de SRAG em crianças de 2 a 4 anos e também na população de idosos, além de jovens e adultos.

Entre as semanas epidemiológicas 19 e 22, o número de casos de SRAG quase dobrou em todo o país, registrando um aumento de 91% em relação ao mesmo período do ano passado. Essa alta atípica se concentra principalmente nos estados das regiões Centro-Sul.
Em poucos estados como Acre, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e no Distrito Federal, houve um sinal de estabilização ou queda nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), conforme Semana Epidemiológica 23 (1º a 7 de junho). Contudo, a quantidade de internações por SRAG nessas regiões ainda se mantém em níveis muito altos.
No cenário geral de 2025, já foram notificados mais de 93 mil casos de SRAG. Do total de infecções com resultado laboratorial positivo, 45,1% foram causadas pelo VSR, 24,5% por influenza A e 9,9% por Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos nesse mesmo período foi de 75,4% para influenza A; 1% para influenza B; 12,5% para VSR; 8,7% para rinovírus; e 4,4% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
A pesquisadora Tatiana Portella, do InfoGripe, ressalta que a imunização contra a gripe é essencial para evitar hospitalizações. “Com uma boa cobertura vacinal, conseguimos diminuir o número de internações e casos graves. Além disso, é importante adotar medidas como etiqueta respiratória e o uso de máscaras em locais fechados e com grande circulação de pessoas”, afirma.
A Fiocruz também alerta que, em algumas regiões do país, já há sinais de estabilização ou queda nos casos de SRAG. No entanto, em Roraima, o cenário ainda exige atenção, principalmente para grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos.
Segundo a pesquisadora Tatiana Portella, da Fiocruz, a vacinação contra a gripe continua sendo a principal forma de evitar casos graves e mortes. “Com uma boa cobertura vacinal, conseguimos reduzir significativamente as hospitalizações”, afirmou. Ela também recomenda o uso de máscaras em locais fechados e a adoção da chamada etiqueta respiratória, como cobrir a boca ao tossir ou espirrar.