Por: Redação | Foto: Jonathas Oliveira

O acesso à internet de alta velocidade tem avançado nas escolas públicas brasileiras por meio da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas, iniciativa do governo federal que busca garantir conectividade para fins pedagógicos em todas as unidades de educação básica até 2026.

Um dos maiores programas do país voltados à educação, o Aprender Conectado, alcançou nesta semana a marca de mais de 3 mil escolas públicas com internet de alta velocidade — beneficiando diretamente mais de 400 mil estudantes. O avanço é expressivo, considerando que, menos de um ano atrás, apenas 177 unidades haviam sido equipadas com conectividade.

Na Região Norte, por exemplo, 1.140 escolas já foram conectadas, atendendo 218.074 alunos. Em Roraima, segundo dados do programa Escolas Conectadas, o governo federal planeja levar internet de qualidade a 574 escolas até 2026 — isso representa cerca de 69% das 831 escolas públicas de educação básica no estado, que conta com 257 escolas conectadas por fibra óptica, sendo que outras 622 receberão rede Wi‑Fi interna.

Em Boa Vista, Em 2025, cerca de 52 mil estudantes da rede municipal de ensino de Boa Vista, distribuídos por 140 escolas, já utilizam ferramentas digitais em suas atividades. Desde o início do ano letivo, em fevereiro, cada unidade passou a contar com acesso à internet via Wi‑Fi, além de disponibilizar dispositivos como chromebooks, tablets e ambientes de inovação tecnológica.

Todos os professores receberam chromebooks touchscreen com abertura 360°, ideais para planejar aulas com aplicativos educacionais e armazenamento em nuvem. Essas ferramentas permitem a criação de atividades interativas, dinâmicas e adaptadas às estratégias pedagógicas modernas.

Um caso de destaque é a Escola Municipal Maria Francisca da Silva Lemos, que inaugurou o “Universo Tech” — uma sala equipada com computadores, tablets, microscópios e kits de robótica, voltados especialmente para alunos do 1º ao 5º ano. A iniciativa estimula a alfabetização digital e a curiosidade científica por meio de aulas lúdicas e inovadoras e também contempla escolas indígenas, que receberam Playtables e ensino bilíngue para fortalecer a identidade cultural.

Também foi implementado a Plataforma Plurall. A ferramenta, que acompanha o novo Material MAXI, oferece um ambiente online acessível para alunos do 3º ao 7º ano, professores e coordenadores, com vasta biblioteca de conteúdos digitais, atividades interativas e relatórios de desempenho. Além disso, o programa PROFS garante formação continuada para educadores, impulsionando um ensino mais dinâmico e eficaz, com materiais que integram disciplinas e seguem a BNCC.

Segundo a secretária municipal de Educação e Cultura, Consuêlo Sales, essa transformação tecnológica na rede municipal de ensino está promovendo inclusão digital e oferecendo aos estudantes uma forma mais atrativa de aprender. Para ela, tratar a tecnologia como ferramenta pedagógica é preparar as crianças para a realidade contemporânea.

Voltando ao cenário geral, o programa Aprender Conectado está transformando a realidade de milhares de escolas públicas em todo o Brasil por meio da ampliação da infraestrutura digital. Com internet de banda larga — via fibra óptica ou satélite — a uma velocidade mínima de 1 Mbps por aluno, além de redes Wi-Fi em todas as salas, o projeto garante conectividade eficiente e contínua. A estrutura inclui ainda roteadores, medidores de qualidade e, em regiões sem rede elétrica, a instalação de sistemas de energia solar. Criado a partir do edital do 5G, que destinou cerca de R$ 3,1 bilhões à iniciativa, o programa já lançou chamamentos públicos para equipar mais de 10 mil escolas em 23 estados, entre eles Roraima.

Até 2026, a meta é conectar 38 mil escolas públicas de educação básica, incluindo unidades localizadas em comunidades rurais, indígenas e quilombolas. Segundo a Entidade Administradora da Conectividade de Escolas (Eace), responsável pela operação, o marco de mais de 3 mil instituições conectadas já revela o ritmo acelerado da transformação digital. O foco imediato do governo federal está nas regiões Norte e Nordeste, onde o desafio da inclusão digital é maior.

A conectividade nas escolas públicas tem sido um fator essencial para a melhoria da qualidade do ensino, possibilitando o uso de plataformas digitais, pesquisas online e acesso a conteúdos educativos atualizados. Além disso, a iniciativa contribui para a formação de professores, que podem utilizar recursos tecnológicos para aprimorar suas práticas pedagógicas.