Brasil registra queda histórica nos focos de calor

Por: Redação | Foto: Mayangdi Inzaulgarat/Ibama


O Brasil alcançou, entre janeiro e agosto de 2025, o menor número de focos de calor dos últimos 12 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A redução expressiva é resultado de uma série de medidas adotadas pelo Governo Federal para prevenir e combater incêndios florestais, especialmente após o agravamento da situação em 2024.

A temporada de queimadas, que costuma se intensificar no mês de agosto devido à seca, tem apresentado números significativamente mais baixos neste ano. Foram cerca de 30 mil focos registrados até 7 de agosto, contra os 278 mil contabilizados em todo o ano anterior. O Pantanal e a Amazônia, biomas mais afetados em 2024, tiveram quedas acentuadas: o Pantanal passou de 6,6 mil para apenas 126 focos, e a Amazônia, de 30 mil para 7 mil.

A melhora nos índices é atribuída à combinação de fatores climáticos e à implementação de políticas públicas. O fim do fenômeno El Niño e a adoção da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo (PNMIF), criada em 2024, contribuíram para o avanço. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou que o país busca liderar pelo exemplo e que os esforços devem ser contínuos: “Todo ano temos que nos superar”, afirmou.

Entre as ações estruturais, destaca-se o maior contingente de brigadistas federais da história: são 4.385 profissionais atuando em campo, além da aquisição de 11 helicópteros e quase 800 veículos para operações. O investimento total ultrapassa R$ 45 milhões entre 2023 e 2025.

O Fundo Amazônia também tem papel fundamental no fortalecimento da resposta aos incêndios. Desde 2023, foram aprovados R$ 405 milhões para apoiar os corpos de bombeiros dos estados da Amazônia Legal, além de recursos destinados ao Cerrado e Pantanal. A nova Lei 15.143/2025 permite a transferência direta de verbas do Fundo Nacional do Meio Ambiente para estados e municípios, agilizando a contratação de brigadistas e autorizando o uso de aeronaves estrangeiras em emergências.

Com a realização da COP 30 prevista para novembro, em Belém (PA), o governo intensificou ações preventivas na região. O Ibama e o ICMBio estão realizando queimas prescritas e construindo aceiros — técnicas que ajudam a evitar a propagação de incêndios durante a seca.

Especialistas alertam que os incêndios florestais estão diretamente ligados às mudanças climáticas e ao desmatamento. Florestas úmidas, que antes funcionavam como barreiras naturais contra o fogo, tornam-se mais vulneráveis com o agravamento do déficit hídrico e a degradação ambiental.

O presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, reforçou a importância das florestas na luta contra a crise climática. Em carta à comunidade internacional, ele destacou que a recuperação dos ecossistemas pode acelerar a remoção de gases de efeito estufa e gerar oportunidades sustentáveis para as populações locais.

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