Casos de síndrome respiratória grave caem no país, mas ainda preocupam algumas regiões, aponta Fiocruz

Por: Redação | Foto: Tony Winston/Agência Brasília
O número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) está em queda em grande parte do país, segundo o boletim InfoGripe divulgado pela Fiocruz nesta quinta-feira (21). A redução é observada principalmente entre crianças de até dois anos, com destaque para os vírus influenza A e sincicial respiratório (VSR), que vinham sendo os principais causadores da doença.
Apesar da tendência de queda, o boletim alerta que os níveis de circulação viral ainda são considerados moderados a muito altos em diversos estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Sul. O Amazonas é o único estado que ainda apresenta aumento de casos de SRAG por VSR entre crianças pequenas.
Entre crianças e adolescentes de 2 a 14 anos, o número de casos continua em alta no Nordeste e Centro-Sul, com predominância do rinovírus. Já entre idosos com mais de 65 anos, há registro de leve aumento de casos relacionados à Covid-19, especialmente no Amazonas e na Paraíba. Ceará e Rio de Janeiro também apresentaram crescimento nas notificações por coronavírus, mas sem impacto significativo na tendência geral.
A pesquisadora Tatiana Portella, do InfoGripe, reforça a importância da vacinação, especialmente para idosos e pessoas com imunidade comprometida. Ela recomenda que crianças e adolescentes com sintomas gripais fiquem em casa para evitar a transmissão nas escolas.
Nenhum dos 27 estados brasileiros apresenta tendência de crescimento na análise de longo prazo (últimas seis semanas). No entanto, 18 unidades federativas ainda registram níveis elevados de SRAG, incluindo Roraima, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Cinco capitais estão em alerta com tendência de crescimento: Cuiabá, João Pessoa, Maceió, Natal e Salvador. Nessas cidades, os casos de SRAG continuam em alta nas últimas semanas.
Entre os casos positivos registrados em 2025, os principais agentes identificados foram:
- Vírus sincicial respiratório: 45,5%
- Rinovírus: 24,6%
- Influenza A: 25%
- Sars-CoV-2 (Covid-19): 7%
- Influenza B: 1,1%
Nas últimas quatro semanas, o rinovírus liderou entre os casos positivos, seguido pelo VSR, influenza A e Covid-19. Já entre os óbitos, os principais vírus identificados foram influenza A (33,1%), rinovírus (26,7%) e Sars-CoV-2 (14,2%).
Desde o início do ano epidemiológico de 2025, foram notificados 159.663 casos de SRAG no país. Desse total, mais da metade (53,4%) teve confirmação laboratorial para algum vírus respiratório. Outros 34,6% deram resultado negativo e cerca de 5,5% ainda aguardam diagnóstico.