Celulares dominam o sistema bancário: 82% das transações no Brasil são feitas por canais digitais, revela pesquisa Febraban 2025

Por: Redação | Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil


O cenário financeiro brasileiro está cada vez mais digital. Uma pesquisa recente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), realizada pela consultoria Deloitte, mostra que 82% das transações bancárias no país são realizadas por meio de canais digitais, como celular e internet banking. O estudo, divulgado nesta quarta-feira, 11 de junho, durante o Febraban Tech 2025, aponta uma consolidação do ambiente digital como o principal ponto de relacionamento dos brasileiros com seus bancos.

Em 2024, o Brasil registrou um total de 208,2 bilhões de transações financeiras, um aumento de 8% em comparação com o ano anterior. Deste volume impressionante, 75% das operações foram feitas exclusivamente pelo celular, impulsionando o crescimento de 15% do mobile banking, que somou 155 bilhões de transações no período.

Pix Lidera a Revolução Digital

O Pix continua sendo um dos grandes motores dessa transformação. O sistema de pagamentos instantâneos registrou quase 25 bilhões de operações via smartphone em 2024, representando um crescimento notável de 41%. A pesquisa ainda revela que, em média, são realizadas 55 transações Pix por mês por conta no mobile banking, e que 92% das operações neste canal são de pessoas físicas.

Rodrigo Mulinari, diretor responsável pela Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, destaca a praticidade, conveniência e segurança – com criptografia avançada e autenticação biométrica – como fatores-chave para o sucesso do mobile banking. “A facilidade proporcionada pelo mobile banking ajuda também a impulsionar a inclusão financeira no país, já que temos nosso banco conosco 24 horas por dia, 7 dias por semana”, avalia Mulinari.

Enquanto os canais digitais crescem, as transações em canais físicos, como agências bancárias e caixas eletrônicos, seguem em trajetória de queda, representando apenas 5% do total. As agências bancárias, por exemplo, registraram uma redução de 14% nas transações em 2024, totalizando 3,6 bilhões de operações.

No entanto, a pesquisa aponta que, apesar da diminuição no volume, esses canais continuam relevantes para operações mais complexas e consultivas, como contratação de crédito, renegociação de dívidas e planejamento financeiro. Isso demonstra uma reconfiguração do papel das agências na jornada dos clientes, que buscam nesses locais um atendimento especializado.

Carolina Sansão, diretora-adjunta de Inovação, Tecnologia Bancária e Segurança Cibernética, afirma que os resultados refletem uma mudança estrutural no comportamento dos clientes, impulsionada pelo investimento maciço dos bancos em tecnologia, estimado em R$ 47,8 bilhões para este ano. “O cliente quer facilidade e conveniência em sua relação com o banco, e as agências acabaram tornando-se uma opção para operações mais complexas”, explica.

Open Finance e Agregadores Financeiros

A pesquisa também aborda a evolução do Open Finance, mostrando um aumento nos consentimentos para transmissão de dados, indicando a preferência dos clientes por centralizar informações em instituições que oferecem melhor experiência e mais funcionalidades. Essa tendência coincide com o crescimento da oferta de agregadores financeiros, presentes em 50% dos bancos, 12 pontos percentuais a mais que no ano anterior.

Sergio Biagini, líder da indústria de serviços financeiros da Deloitte, vê nesses avanços uma oportunidade para os bancos se consolidarem como “hubs financeiros”, plataformas completas que unem conveniência, personalização e integração em um único ambiente digital. A pesquisa revela ainda que quase seis em cada dez bancos já oferecem plataformas de marketplace, e 69% disponibilizam seguros via mobile banking.

Esta é a 33ª edição da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, que agora é divulgada em dois volumes. O segundo volume, apresentado nesta quarta-feira, foca em dados sobre transações, comportamento do consumidor, Pix e Open Finance. Os dados foram coletados entre janeiro e abril de 2025, com a participação de 17 bancos que representam 80% dos ativos do setor bancário nacional. A íntegra da pesquisa está disponível neste link.

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