Censo 2022 detalha realidade da deficiência e autismo no Brasil

Por: Redação | Foto: Felipe Beltrame/SNDPD/MDHC


Uma análise detalhada dos dados do Censo Demográfico de 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (23), revela a dimensão da deficiência e do Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil. O levantamento aponta que 14,4 milhões de brasileiros com dois anos ou mais possuem algum tipo de deficiência (7,3% dessa população). Além disso, 2,4 milhões de pessoas declararam ter diagnóstico de TEA (1,2% da população total).

A pesquisa do IBGE considera como pessoas com deficiência aquelas que declararam ter grande dificuldade ou impossibilidade de enxergar, ouvir, andar ou pegar objetos pequenos, bem como aquelas com limitações mentais significativas que impactam a comunicação, cuidados pessoais, trabalho e estudo. A pesquisadora do IBGE, Luciana Alves, esclareceu que limitações menores não se enquadram nessa classificação.

Os dados de 2022, que incluem pela primeira vez a deficiência motora dos membros superiores, não são diretamente comparáveis aos do Censo de 2010 devido a alterações no questionário. O levantamento identificou que 8,3 milhões das pessoas com deficiência são mulheres e 6,1 milhões são homens. As dificuldades mais reportadas foram para enxergar (7,9 milhões), andar ou subir degraus (5,2 milhões) e manusear objetos (2,7 milhões).

A prevalência de deficiência tende a aumentar com a idade, saltando de uma média de 1,4% a 2,8% entre crianças de 2 a 14 anos para mais de 50% na população com 90 anos ou mais. Em relação à cor ou raça, a maior prevalência de pessoas com deficiência foi observada entre os pretos (8,6%). Regionalmente, o Nordeste apresenta o maior percentual de pessoas com deficiência (8,6%), liderando em todas as categorias de dificuldade analisadas. Segundo a pesquisadora, essa maior prevalência pode estar associada a questões de menor acesso à saúde e saneamento na região.

Quanto ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Censo 2022 registrou 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas, com maior prevalência entre homens (1,5%) do que mulheres (0,9%). A maior proporção de diagnósticos de TEA foi encontrada na faixa etária de 5 a 9 anos (2,6%), o que pode indicar um maior acesso ao diagnóstico em gerações mais jovens. A população branca apresentou a maior prevalência de TEA (1,3%). O IBGE ressalta que nem todas as pessoas com TEA são consideradas pessoas com deficiência para fins censitários.

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