Por: Redação | Foto: Silvana Rust

O Dia das Mães segue como uma das datas mais significativas para o comércio brasileiro, impulsionando vendas e oferecendo oportunidades para pequenos negócios que buscam inovar e se destacar. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a previsão de faturamento para 2025 é de R$ 14,37 bilhões, representando um crescimento de 1,9% em relação ao ano anterior.

Os segmentos de vestuário, calçados e acessórios devem liderar as vendas, totalizando R$ 5,63 bilhões, seguidos por farmácias, perfumarias e cosméticos, que devem alcançar R$ 3,02 bilhões. Além dos tradicionais presentes, há uma tendência crescente no consumo de experiências, onde os clientes buscam vivências memoráveis associadas às compras.

Empreendedores estão apostando na personalização e na construção de momentos especiais para atrair clientes. Segundo o gerente de Relacionamento do Sebrae, Enio Pinto, o consumidor valoriza o benefício emocional por trás da compra. Um dos setores mais beneficiados nesta data são as floriculturas, que registram o maior volume de vendas do ano.

“O cliente paga pelo produto, mas deseja uma experiência marcante. Pequenos negócios podem se diferenciar ao oferecer serviços complementares ou parcerias que ampliem essa vivência”, explica.

Em Roraima, a projeção de faturamento para a data é de R$ 30,2 milhões, um aumento de 0,6% comparado ao ano anterior. Segundo a Fecomércio/RR, o crescimento tímido pode ser atribuído ao encarecimento do crédito. O economista Fábio Martinez explica que os setores mais dependentes do financiamento devem registrar retração, com quedas de 2,9% a 6,0%.

O segmento de vestuário, calçados e acessórios deve concentrar quase 40% das vendas, seguido por farmácias, perfumarias e cosméticos (21%) e utilidades domésticas e eletroeletrônicos (13%). No entanto, setores que dependem de financiamento, como eletroeletrônicos, devem apresentar queda nas vendas.

taxa média de juros para consumidores está em 56,3% ao ano, o maior patamar desde agosto de 2023, segundo o Banco Central. “Diante desse cenário, o varejo precisou se adaptar, investindo em promoções, produtos de alta demanda e flexibilização nas formas de pagamento”, ressalta José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.

A inflação impactará os preços dos produtos mais procurados, com aumento médio de 5,8% em relação a 2024. Joias (+33,7%), chocolates (+21,5%) e perfumes (+9,8%) estão entre os itens que mais sofreram reajuste. Em contrapartida, eletrodomésticos como fogões e refrigeradores podem registrar queda de até 2,8%.

Geração de empregos temporários

A data comemorativa deve criar cerca de 29,73 mil vagas temporárias no Brasil, superando os 28,36 mil postos de trabalho registrados em 2024. No entanto, a taxa de efetivação dos trabalhadores pode cair de 29% para 20%, refletindo um ritmo mais lento de crescimento no comércio.

Os estados com maior demanda por temporários incluem São Paulo (8,6 mil), Minas Gerais (3,3 mil) e Rio de Janeiro (2,3 mil), de acordo com a CNC.

Com expectativas de vendas impulsionadas pela tradição da data e desafios econômicos, o Dia das Mães em 2025 promete movimentar o varejo brasileiro e consolidar-se como uma das ocasiões mais relevantes para o setor.