Financiamento imobiliário ganha novo modelo com teto maior e regras da poupança revistas
Por: Redação | Foto: Diogo Moreira/Divulgação Governo de São Paulo
O governo federal anunciou uma reformulação nas regras do crédito imobiliário que promete facilitar o financiamento da casa própria, especialmente para famílias de classe média. A principal novidade é o aumento do valor máximo dos imóveis que podem ser financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que passou de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
A mudança foi apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o evento Incorpora 2025, em São Paulo. A proposta busca ampliar a oferta de crédito habitacional ao modificar o uso dos recursos da poupança, que são a principal fonte de financiamento do setor.
Atualmente, os bancos precisam destinar 65% do dinheiro captado na poupança para crédito imobiliário. Outros 20% vão para o Banco Central como depósito compulsório, e os 15% restantes podem ser usados livremente. Com o novo modelo, essa divisão será revista. O objetivo é acabar com os depósitos compulsórios e usar o total da poupança como referência para definir quanto os bancos devem aplicar em financiamentos habitacionais.
Nos últimos anos, os saques da poupança aumentaram significativamente. Em 2023 e 2024, os resgates líquidos somaram R$ 87,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões, respectivamente. Em 2025, o saldo negativo já ultrapassa R$ 78 bilhões. Esse movimento é impulsionado pela alta da taxa Selic, que torna outros investimentos mais atrativos.
Com menos dinheiro disponível na poupança, os financiamentos via SFH perderam força. Por isso, o governo decidiu reformular as regras para recuperar esse mercado e garantir mais moradias. A expectativa é que a Caixa Econômica Federal consiga financiar cerca de 80 mil novas unidades até 2026.
O novo modelo também permitirá que instituições que não captam poupança possam oferecer crédito habitacional em condições semelhantes às demais, aumentando a concorrência no setor. A transição começa ainda em 2025 e será feita de forma gradual, com previsão de plena vigência a partir de janeiro de 2027.

