Por: Redação | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apresentou nesta quarta-feira (21), durante um evento paralelo à 78ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS) da Organização Mundial da Saúde (OMS), um protótipo de ferramenta digital voltada ao monitoramento do marketing de substitutos do leite materno em plataformas digitais. Desenvolvida por meio do programa Inova Fiocruz, a tecnologia opera em código aberto e busca ampliar o controle sobre estratégias de publicidade que impactam a amamentação.

De acordo com o pesquisador Cristiano Boccolini, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica da Fiocruz, a ferramenta se diferencia de outras disponíveis no mercado, que são pagas e de difícil adaptação pelos usuários. “O sistema da Fiocruz permite total controle do processo de monitoramento, com acesso completo aos dados analisados, garantindo mais transparência”, explicou Boccolini.

A plataforma realiza buscas em sites comerciais, redes sociais, anúncios patrocinados e conteúdos ocultos, conhecidos como “dark posts”, permitindo um mapeamento detalhado das práticas de publicidade voltadas para substitutos do leite materno. Além disso, no futuro, poderá ser utilizada para monitorar a propaganda de outros produtos, como álcool, tabaco e alimentos ultraprocessados.

O lançamento do protótipo contou com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que destacou a importância da iniciativa no Dia Mundial de Proteção ao Aleitamento Materno. Segundo ele, a amamentação é essencial para o desenvolvimento infantil, prevenindo doenças e reduzindo índices de desnutrição.

O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, reforçou o compromisso da instituição com a promoção do aleitamento materno e ressaltou o papel da fundação na criação de bancos de leite humano no Brasil e em diversos países. “Valorizar o aleitamento significa salvar vidas e prevenir doenças, por isso essa é uma bandeira fundamental para a Fiocruz”, afirmou Moreira.

A representante do governo mexicano, embaixadora Francisca Méndez, também destacou a relevância da ferramenta. “Não estamos contra a indústria, mas a favor das crianças, garantindo um início de vida saudável para cada uma delas”, declarou.