Golpes virtuais disparam no Brasil: já são mais de 2 milhões de casos em um ano

Por: Redação | Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil


Os golpes virtuais estão em alta no Brasil. Em 2024, foram registrados 2,17 milhões de casos de estelionato, o que dá em média quatro vítimas por minuto. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e mostram que os criminosos estão migrando cada vez mais da rua para o ambiente digital.

O aumento foi de 7,8% em relação a 2023, quando o total já tinha passado de 1,9 milhão. Em 2018, eram pouco mais de 426 mil registros, número cinco vezes menor que o atual. Especialistas afirmam que os bandidos preferem os golpes virtuais porque trazem menos risco de prisão e maior chance de lucro.

Entre os principais alvos estão o Pix, aplicativos bancários, redes sociais e plataformas de apostas online. Quadrilhas especializadas montam até centrais telefônicas falsas, funcionando dia e noite para enganar vítimas em diferentes estados. Em Campinas (SP), por exemplo, uma operação prendeu criminosos que enganaram médicos e dentistas oferecendo a “quitação de dívidas inexistentes”. Cada vítima podia perder até R$ 80 mil.

Com o avanço da tecnologia, os golpes ficaram mais sofisticados. Já existem casos em que criminosos usam inteligência artificial e deepfakes (vídeos e áudios falsos que parecem reais) para se passar por parentes, autoridades ou funcionários de instituições.

O Ministério da Justiça afirma que vem atuando em conjunto com bancos para combater fraudes, além de ter criado a carteira de identidade digital com QR Code, que facilita a checagem de informações. Já a Febraban, federação dos bancos, diz que o setor investiu R$ 5 bilhões em segurança e prevenção e mantém campanhas de conscientização.

Apesar disso, especialistas apontam que a população ainda tem pouco conhecimento digital para se proteger, e que as polícias civis não têm estrutura suficiente para investigar quadrilhas especializadas. O alerta é de que, se nada mudar, os números devem continuar crescendo.

A recomendação principal é não compartilhar senhas ou códigos de acesso, não clicar em links recebidos por mensagens ou redes sociais e sempre confirmar informações diretamente com bancos ou órgãos oficiais.

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