Insulina volta a ser fabricada no Brasil após 20 anos

Por: Redação | Foto: Ricardo Stuckert PR
O Brasil retomou, após duas décadas, a produção nacional de insulina. O primeiro lote, composto por mais de 207 mil unidades, foi entregue na última sexta-feira (11) ao Ministério da Saúde, marcando uma virada histórica no abastecimento de medicamentos essenciais no país.
Fabricada pela empresa Biomm, em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a farmacêutica indiana Wockhardt, a insulina foi produzida como parte das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), iniciativa que visa fortalecer o Complexo Econômico-Industrial da Saúde. Com tecnologia importada e processo de transferência em andamento, o Brasil se prepara para fabricar 100% das insulinas regular e NPH distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o Ministério da Saúde, a produção local deverá alcançar até 45 milhões de doses por ano, cobrindo metade da demanda nacional. A expectativa é beneficiar cerca de 350 mil pacientes com diabetes, doença que afeta cerca de 10% da população brasileira. Para isso, foram destinados R$ 142 milhões em investimentos na aquisição da tecnologia.
O ministro Alexandre Padilha participou da entrega e destacou o impacto da iniciativa. “Este é um marco que representa soberania, segurança e estabilidade na oferta de insulina ao povo brasileiro, mesmo diante de crises globais como a pandemia”, afirmou. Ele também ressaltou que o projeto gera emprego, renda e inovação no estado de Minas Gerais, onde a fábrica está localizada.
Além da insulina NPH e regular, o governo aprovou em 2025 a produção nacional da insulina glargina, voltada ao tratamento de pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2. A previsão é entregar 20 milhões de frascos ao SUS, fruto da parceria entre Bio-Manguinhos (Fiocruz), Biomm e a farmacêutica chinesa Gan & Lee.
Atualmente, o SUS oferece acompanhamento integral às pessoas com diabetes, desde o diagnóstico até o tratamento, com quatro tipos de insulina disponíveis, além de medicamentos orais e injetáveis. A porta de entrada para o tratamento é a Atenção Primária, que atua com equipes multidisciplinares em todo o país.