Por: Redação | Foto: Raffa Neddermeyer/Agência Brasil

O Ministério da Saúde anunciou a ampliação do uso do medicamento donepezila no tratamento de pacientes com Alzheimer em estágio grave no Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão, publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (15), deve beneficiar cerca de 10 mil pessoas no primeiro ano de implementação.

Até então, o medicamento era oferecido apenas a pacientes com formas leves ou moderadas da doença. A donepezila auxilia na preservação das funções cognitivas e da capacidade funcional, contribuindo para um melhor manejo dos sintomas do Alzheimer. Agora, pacientes em estágio avançado poderão utilizar o remédio isoladamente ou em associação com a memantina, que já é disponibilizada pelo SUS.

Estudos apresentados à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) indicam que o uso contínuo da donepezila pode trazer melhorias em sintomas como agitação, apatia e confusão, além de potencialmente adiar a necessidade de institucionalização dos pacientes.

O Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta a memória, o comportamento e a autonomia das pessoas. Embora não tenha cura, o acesso a medicamentos eficazes pode retardar a evolução da doença e garantir melhor qualidade de vida.

Segundo o Ministério da Saúde, a inclusão da donepezila para casos graves foi definida durante a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da doença de Alzheimer. Estima-se que mais de 58 mil pessoas já façam uso do medicamento no Brasil por meio do SUS.

Entre janeiro e março de 2025, foram realizados mais de 7 milhões de atendimentos ambulatoriais relacionados ao Alzheimer em todo o país. Além da donepezila e memantina, o SUS também oferece os medicamentos rivastigmina e galantamina para formas mais leves e moderadas da doença.

O protocolo do Ministério da Saúde também orienta o uso de terapias não medicamentosas e ações de apoio psicossocial aos pacientes e suas famílias.