Por: Redação | Foto: Lúcio Bernardo Jr. / Agência Brasília

O ensino superior brasileiro ultrapassou uma marca inédita: pela primeira vez, os cursos a distância reúnem mais estudantes do que os presenciais. Em 2024, foram registradas 10,2 milhões de matrículas em graduações pelo país, segundo o Censo da Educação Superior. Desse total, mais da metade (50,7%) optou pela modalidade EaD.

O número total de alunos cresceu 2,5% em relação a 2023 e acumula alta de 30% na última década. O avanço, no entanto, ocorreu de forma desigual: enquanto os cursos a distância subiram 5,6% em apenas um ano, os presenciais tiveram queda de 0,5%.

Hoje, o Brasil tem 2.561 instituições de ensino superior. A maioria é privada (2.244) e concentra quase 80% das matrículas. Entre os cursos oferecidos, os bacharelados respondem por 60% das vagas, seguidos pelos tecnológicos (20%) e licenciaturas (17%).

Entre os cursos mais procurados estão pedagogia, administração e direito. Também aparecem com grande número de alunos enfermagem, psicologia, contabilidade e sistemas de informação.

Nos últimos dez anos, os cursos tecnológicos foram os que mais cresceram, quase dobrando de tamanho — reflexo da busca por formações mais curtas e alinhadas ao mercado de trabalho.

Apesar do crescimento, nem todos os estudantes do ensino médio conseguem chegar ao ensino superior. Em média, apenas um terço dos concluintes de 2023 ingressou em uma graduação em 2024. Nas escolas estaduais, que concentram a maioria dos alunos, a taxa foi de 27%. Já na rede federal, 64% dos concluintes conseguiram vaga em faculdades e universidades.

A expansão da EaD tem levado o ensino superior a regiões antes pouco atendidas: em 2024, cursos nessa modalidade estavam disponíveis em mais de 3,3 mil municípios, quase o dobro do registrado dez anos antes.

O levantamento também mostra aumento de estrangeiros nas universidades brasileiras, com destaque para estudantes de Angola e da Venezuela.

Conclusão dos cursos e corpo docente

Mais de 1,3 milhão de alunos concluíram a graduação em 2024. Pedagogia, direito e administração continuam no topo da lista de formandos.

O estudo ainda revela mudanças no perfil dos professores. Nas instituições públicas, aumentou o número de docentes, que em geral são doutores e trabalham em tempo integral. Já nas privadas, houve queda no número de profissionais, predominando mestres em regime parcial.