Polícia Federal combate esquema de lavagem de dinheiro ligado ao garimpo ilegal na Terra Yanomami

Por: Redação | Foto: Divulgação/Polícia Federal


A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (4) a segunda fase da Operação Illegal Mining, com o objetivo de desarticular uma rede de lavagem de dinheiro ligada ao garimpo ilegal dentro do território indígena Yanomami, em Roraima. As ações de hoje se concentram nas cidades de Boa Vista (RR) e Manacapuru (AM), onde foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, além da aplicação de medidas cautelares de sequestro de bens e valores.

De acordo com a PF, as investigações apontam que os envolvidos movimentaram mais de R$ 39 milhões, valor considerado incompatível com as rendas declaradas pelos investigados e pelas empresas que, oficialmente, atuam nos setores de mineração e comércio de ouro. As suspeitas indicam o uso de empresas de fachada e interpostas pessoas (laranjas) para mascarar a origem ilícita dos recursos obtidos com o garimpo ilegal.

As ações fazem parte de um esforço contínuo das autoridades federais para enfrentar crimes ambientais e econômicos em terras indígenas, especialmente na Terra Indígena Yanomami, onde a presença de garimpos ilegais tem gerado graves impactos sociais, sanitários e ambientais.

Repressão em múltiplas frentes

A atuação da Polícia Federal se soma a outras operações já realizadas na região. No último dia 14 de maio, uma ação conjunta das Forças Armadas, sob coordenação do Comando Conjunto Norte, desmobilizou estruturas de garimpo ilegal na mesma terra indígena. A ofensiva ocorreu na região conhecida como “João Doido”, localizada ao norte de Roraima, e teve como foco a inutilização de equipamentos utilizados na extração ilegal de minério.

As ações fazem parte da estratégia integrada do Governo Federal, que envolve Polícia Federal, Exército, Marinha, Força Aérea e outros órgãos ambientais, para restabelecer a segurança na Terra Yanomami, proteger os povos originários e interromper os fluxos financeiros ilegais que sustentam o garimpo.

Desde o início da ofensiva contra o garimpo em território Yanomami, centenas de acampamentos já foram destruídos e diversas aeronaves, motores e balsas, inutilizados. A atuação também visa sufocar economicamente as redes criminosas por trás da atividade, além de preservar os recursos naturais e os direitos das comunidades indígenas.

Contexto e gravidade

A Terra Indígena Yanomami, uma das maiores do país em extensão territorial, tem sido alvo recorrente da exploração ilegal de ouro, o que resultou em sérios problemas de saúde pública, como surtos de malária, desnutrição infantil e contaminação por mercúrio entre os povos originários.

O combate ao garimpo ilegal se intensificou a partir de 2023, com a adoção de políticas integradas de segurança, fiscalização e inteligência financeira. A Polícia Federal informou que as investigações continuam em andamento, e novas fases da operação não estão descartadas.

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