Quase metade da Amazônia Legal é formada por áreas protegidas, mas moradores enfrentam precariedades
Por: Redação | Foto: Ascom/INCRA RO
A Amazônia Legal abriga 1.053 áreas protegidas que ocupam 46,6% de seu território, segundo levantamento divulgado pelo IBGE durante a COP30, em Belém. São 2,3 milhões de quilômetros quadrados distribuídos entre unidades de conservação ambiental, terras indígenas e territórios quilombolas. Juntas, essas áreas representam mais de um quarto do território brasileiro.
A Amazônia Legal abrange nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão (em parte), Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Apesar do nome, a região inclui não apenas o bioma amazônico, mas também partes do Cerrado e do Pantanal. A configuração foi criada para promover o desenvolvimento socioeconômico da região.
Das áreas protegidas, 430 estão em unidades de conservação, 378 em terras indígenas e 245 em territórios quilombolas. Apesar da importância ambiental e cultural, os dados mostram que os moradores dessas regiões enfrentam condições de vida mais precárias que a média nacional.
Nas unidades de conservação da Amazônia Legal, 75% da população vive em moradias com algum tipo de precariedade, como falta de abastecimento de água, esgoto ou coleta de lixo. A situação é ainda mais crítica nas terras indígenas, onde esse índice chega a 98%. Nos territórios quilombolas, 96,9% dos habitantes enfrentam pelo menos uma dessas dificuldades, muitas vezes de forma simultânea.
A taxa de alfabetização também é mais baixa nessas áreas. Nas unidades de conservação da Amazônia Legal, 87% dos moradores sabem ler e escrever, enquanto a média nacional é de 93%. Nas terras indígenas, o índice é de 77%. Os territórios quilombolas têm uma taxa de 82%, um pouco acima da média nacional para esse grupo, mas com 96,9% dos moradores enfrentando ao menos uma precariedade na moradia.
Mesmo com esses desafios, as áreas protegidas continuam sendo fundamentais para a conservação da biodiversidade e para a manutenção de modos de vida tradicionais. As unidades de conservação somam quase 1,3 milhão de km², com destaque para as Áreas de Proteção Ambiental (APAs), que permitem ocupação humana e buscam equilibrar preservação e uso sustentável dos recursos naturais.
A Amazônia Legal também concentra a maior parte das localidades indígenas e quilombolas do país. São 6,8 mil aglomerados indígenas e 3,1 mil quilombolas, com milhares de pessoas vivendo em comunidades que mantêm tradições e modos de vida próprios.
De acordo com o IBGE, a dificuldade de acesso à infraestrutura está ligada ao isolamento geográfico e à falta de investimentos adaptados à realidade rural.

