SUS amplia tratamento para endometriose com DIU hormonal e desogestrel

Por: Redação | Foto: Geovana Albuquerque/Arquivo Agência Saúde GDF


O Ministério da Saúde anunciou a incorporação de duas novas opções terapêuticas ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento da endometriose: o dispositivo intrauterino liberador de levonorgestrel (DIU-LNG) e o anticoncepcional hormonal desogestrel. A medida foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e oficializada por meio de portarias publicadas nesta semana.

O DIU-LNG é voltado para pacientes com contraindicação ao uso de anticoncepcionais orais combinados. Além de atuar suprimindo o crescimento do tecido endometrial fora da cavidade uterina, apresenta baixa necessidade de troca já que o dispositivo pode permanecer ativo por até cinco anos, favorecendo a adesão ao tratamento.

O desogestrel, por sua vez, é um anticoncepcional frequentemente adotado como primeira opção no tratamento inicial, mesmo antes da confirmação diagnóstica por exames. Sua ação consiste em inibir a ovulação e suprimir os efeitos hormonais que estimulam o avanço da doença, contribuindo para o alívio da dor e a contenção da progressão do quadro clínico.

Atualmente, o SUS disponibiliza diferentes abordagens terapêuticas para o tratamento da endometriose, incluindo opções clínicas e cirúrgicas, além de acompanhamento multiprofissional. O crescimento expressivo na procura por assistência nos últimos anos reforça a relevância da ampliação desses serviços. Somente entre 2023 e 2024, mais de 260 mil atendimentos foram registrados na atenção primária, enquanto a atenção especializada contabilizou cerca de 85 mil casos. No mesmo intervalo, o número de internações pela doença aumentou 32%, totalizando 34,3 mil ocorrências.

A endometriose afeta cerca de 10% das mulheres em idade fértil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Na rede pública brasileira, o tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, incluindo acompanhamento multidisciplinar e procedimentos como videolaparoscopia e, em casos específicos, histerectomia.

Segundo o Ministério da Saúde, as incorporações foram recomendadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), com base em evidências científicas e após análise de custo-efetividade. A disponibilização dos produtos dependerá da atualização dos protocolos clínicos.

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