Por: Redação | Foto: Reprodução/MS

As vacinas de mRNA, como as da Pfizer e da Moderna, que foram fundamentais no controle da pandemia de Covid-19, agora mostram potencial para ajudar no tratamento do câncer. Um estudo publicado na revista científica Nature revelou que esse tipo de vacina pode estimular o sistema imunológico a atacar tumores, mesmo sem ser feita especificamente para isso.

A pesquisa analisou mais de mil pacientes com câncer de pulmão e melanoma em estágio avançado. Os cientistas perceberam que quem tomou a vacina contra a Covid-19 até 100 dias depois de começar a imunoterapia teve uma chance muito maior de sobreviver por mais tempo. Em alguns casos, a taxa de sobrevivência em três anos foi até cinco vezes maior.

O segredo está na combinação da vacina com um tratamento chamado imunoterapia, que ajuda o corpo a reconhecer e combater o câncer. As vacinas de mRNA funcionam como um “sinal de alerta” para o sistema de defesa, ajudando a identificar e eliminar as células doentes.

Segundo os pesquisadores, quando esse tipo de vacina é usado junto com a imunoterapia, os dois trabalham juntos para fortalecer a defesa natural. Isso é especialmente útil em casos de “tumores frios”, que são aqueles que o corpo normalmente não consegue detectar. Com a vacina, esses tumores se tornam “quentes”, ou seja, mais visíveis e mais fáceis de serem atacados pelas células de defesa.

A descoberta pode beneficiar especialmente pacientes com tumores que normalmente não respondem bem aos tratamentos atuais. Agora, os pesquisadores vão iniciar novos testes com pessoas com câncer de pulmão para confirmar os resultados.

Além disso, cientistas trabalham em vacinas de mRNA personalizadas, feitas a partir do próprio tumor do paciente. Mas, como essas versões são mais caras e difíceis de produzir, o uso das vacinas contra a Covid-19, que já estão disponíveis e são de baixo custo, pode ser uma alternativa mais rápida e acessível.