Anvisa aprova novo medicamento para Alzheimer com potencial de retardar a doença

Por: Redação | Foto: Divulgação/Eli Lilly
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo tratamento para Alzheimer em estágio inicial nesta quarta-feira (24). O Kisunla (donanemabe), medicamento produzido pela farmacêutica Eli Lilly, atua reduzindo as placas de beta-amiloide no cérebro, que estão ligadas ao avanço da doença.
Como o medicamento funciona?
O donanemabe é um anticorpo monoclonal que se liga aos aglomerados de beta-amiloide, uma proteína que se acumula no cérebro de pessoas com Alzheimer. Esse acúmulo causa danos às funções cognitivas, afetando memória, raciocínio e habilidades do dia a dia. Ao agir sobre essas placas, o medicamento ajuda a retardar a evolução da doença, proporcionando mais qualidade de vida aos pacientes.
A eficácia do donanemabe foi testada em um estudo internacional com 1.736 pacientes que tinham Alzheimer em estágio inicial, que apresentavam comprometimento cognitivo leve ou demência leve. Os voluntários receberam doses do medicamento ou placebo ao longo de 72 semanas, com acompanhamento da função cerebral.
Os resultados mostraram que os pacientes que tomaram donanemabe apresentaram uma progressão mais lenta da doença em comparação aos que receberam placebo. Nos Estados Unidos, onde foi aprovado em 2024, o medicamento demonstrou redução de 35% no avanço da doença em pacientes com estágios menos avançados.
Contraindicações e efeitos colaterais
O donanemabe não é indicado para pacientes que fazem uso de anticoagulantes, como varfarina, ou que possuem angiopatia amiloide cerebral, uma condição que pode aumentar os riscos de hemorragia.
Os efeitos colaterais mais comuns incluem febre, dores de cabeça e sintomas parecidos com os da gripe. Como acontece com qualquer medicamento, a Anvisa seguirá monitorando rigorosamente sua segurança e eficácia no Brasil.
Alzheimer: uma doença sem cura, mas com novos avanços
O Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo que afeta milhões de pessoas no mundo e, até o momento, não tem cura. No entanto, novas alternativas terapêuticas, como o donanemabe, oferecem esperança para retardar seu avanço e proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza atendimento especializado para pacientes com Alzheimer, além de medicamentos que ajudam a amenizar os sintomas. O apoio de profissionais da saúde e familiares também é fundamental para garantir um acompanhamento adequado.
Com essa nova aprovação, o donanemabe se torna mais uma esperança na luta contra o Alzheimer, oferecendo a possibilidade de mais tempo e qualidade de vida para aqueles que enfrentam a doença.