Operação Asfixia – Mais de cem estruturas ilegais são destruídas em ação contra o garimpo em Roraima

Operação Asfixia desmonta pistas clandestinas, acampamentos e apreende materiais usados por garimpeiros; ação busca cortar logística da atividade ilegal e proteger o território indígena
Por: Redação | Foto: Bruno Mancinelle/Casa de Governo
Entre os dias 9 e 29 de junho de 2025, o Governo Federal realizou uma ofensiva decisiva contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima. A ação, batizada de Operação Asfixia, teve como objetivo sufocar a logística dos invasores e impedir o reabastecimento das áreas de exploração mineral.
A ofensiva mobilizou diversas instituições federais, como Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Ibama, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), além das Forças Armadas.
As ações tiveram como foco desarticular a logística do garimpo ilegal, atingindo principalmente rotas de abastecimento, acampamentos, pistas de pouso clandestinas e embarcações. A base principal da operação foi montada na região do garimpo do Rangel, ponto estratégico dentro da TIY.
Durante o período da operação, foram destruídas mais de 100 estruturas ilegais, incluindo:
- 14 acampamentos
- 67 barracos
- 12 cozinhas
- 6 geradores
- 2 quadriciclos
- 1 embarcação e motor
- 3 bombas d’água
- 9 placas solares
- 12 motores diversos
- 1.500 metros de mangueiras
- 1.280 metros de fiação elétrica
- 5 caixas separadoras de minério
- 630 kg de alimentos
- 44 litros de bebidas alcoólicas
Além disso, foram apreendidos:
- 410 litros de combustível
- 15 gramas de ouro
- 600 gramas de mercúrio
- 29 unidades de cianeto
- 5 antenas Starlink
- 13 rádios comunicadores
- 11 baterias automotivas
- 1 arma de fogo e 118 munições
A Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou uma aeronave sem plano de voo sobre a TIY. O piloto tentou fugir com pouso forçado em área de mata, mas foi capturado. A aeronave transportava cassiterita extraída ilegalmente. Outra aeronave foi destruída na pista clandestina de Noronha.
Segundo o CENSIPAM, essas ações afetaram diretamente a logística aérea do garimpo, especialmente os voos que partiam da região da Vila Samaúma.
Fora da TIY, a ANAC inspecionou 33 aeronaves e pistas suspeitas nas vilas de Samaúma e Campos Novos. Moradores locais têm colaborado com informações sobre movimentações clandestinas.
Em Boa Vista, o Ibama e a PRF apreenderam mais de 3 mil litros de combustível armazenados ilegalmente. Na Vicinal 06, um veículo foi flagrado transportando combustível e alimentos de forma irregular.
Na fronteira com a Venezuela, militares venezuelanos destruíram sete aviões, um helicóptero e cinco acampamentos na região do garimpo Taboca, reforçando o cerco à atividade ilegal na floresta contínua entre os dois países.
“A Operação Asfixia cumpriu seu papel ao desmontar a estrutura logística do garimpo. Mas a nossa missão continua: manter a pressão, impedir o retorno dos invasores e garantir a preservação do território Yanomami”, afirmou Nilton Tubino, diretor da Casa de Governo.
O governo já planeja novas fases da operação, com foco em monitoramento por tecnologia avançada, n repressão financeira às redes criminosas com presença permanente em pontos estratégicos.
A meta é consolidar a desintrusão definitiva da Terra Yanomami, garantindo sua proteção e impedindo qualquer reocupação garimpeira.