A partir de julho, vacina contra meningite será ampliada para bebês com nova dose de reforço

Por: Redação | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil


A partir da próxima terça-feira, 1º de julho, os bebês de 12 meses receberão uma vacina mais abrangente contra a meningite bacteriana. Em vez do reforço tradicional contra o meningococo C, o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a aplicar a vacina meningocócica ACWY, que protege também contra os sorotipos A, W e Y da bactéria. A mudança visa ampliar a proteção contra formas graves da doença, incluindo meningite e meningococcemia (infecção generalizada no sangue).

A medida foi anunciada pelo Ministério da Saúde por meio da Nota Técnica nº 77/2025 e tem como objetivo fortalecer a prevenção de formas graves da doença, como a meningite bacteriana e a meningococcemia, que é infecção generalizada no sangue que pode levar à morte em poucas horas. A mudança ocorre em um cenário de alerta: somente em 2025, o Brasil já registrou 361 casos de meningite meningocócica, com 61 mortes.

A meningocócica ACWY já é oferecida pelo SUS para adolescentes de 11 a 14 anos. A novidade está na dose de reforço, que agora será feita com a vacina ACWY aos 12 meses. Os demais esquemas vacinais permanecem inalterados: continuam sendo administradas duas doses da vacina meningocócica C aos 3 e 6 meses.

Conforme o Ministério da Saúde, crianças que já completaram o esquema com a vacina C não precisam se revacinar. Já aquelas que perderam a dose de reforço poderão receber a ACWY até os 4 anos, 11 meses e 29 dias.

Segundo a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Flávia Bravo, o sorogrupo W tem apresentado crescimento preocupante, especialmente na região Sul do país. “Essa mudança representa uma ampliação da proteção contra sorogrupos que oferecem risco real, principalmente às crianças”, afirmou.

A mudança no calendário infantil segue recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das Diretrizes Nacionais para Enfrentamento das Meningites. Além da proteção contra o meningococo, forma bacteriana mais grave da infecção, o SUS também disponibiliza vacinas contra outros agentes causadores de meningite, como pneumococo e Haemophilus influenzae tipo b.

O que é meningite?

Meningite é uma inflamação das meninges, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, causada principalmente por vírus ou bactérias. A forma bacteriana é a mais grave e pode levar à morte ou causar sequelas neurológicas permanentes se não tratada rapidamente. Os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez na nuca, vômitos e sensibilidade à luz, e exigem atendimento médico imediato.

A doença pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum em crianças e adolescentes. A vacinação é a principal forma de prevenção, com imunizantes disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

Entre janeiro e abril de 2025, o Brasil registrou 1.980 casos confirmados de meningite, com 168 mortes associadas à doença, com maior concentração nas regiões Sul e Sudeste, segundo o Ministério da Saúde. Do total, 361 casos foram causados pelo sorogrupo W da bactéria Neisseria meningitidis (meningococo), resultando em 61 óbitos.

Embora os dados detalhados por estado ainda não tenham sido divulgados em formato consolidado, autoridades de saúde destacam que a meningite continua sendo uma preocupação de saúde pública, com casos recorrentes ao longo do ano e maior incidência nos meses mais frios. A forma viral segue como a mais comum, mas a bacteriana é a que apresenta maior risco de complicações e mortes, especialmente entre crianças e adolescentes.

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