Cadela em situação de rua é espancada até a morte ao tentar parir filhotes

O crime aconteceu na terça-feira, dia 10, no Conjunto Cidadão. A cadela que atendia pelo nome de Caramelo também teve os olhos perfurados

Por Conexão Boa Vista | Foto: divulgação

Um caso de maus tratos contra uma cadela chocou moradores do Conjunto Cidadão, bairro Cruviana, na zona Oeste de Boa Vista, na tarde de terça-feira, dia 10. Segundo relato de testemunhas, uma cadela sem raça definida, prenha e que atendia pelo nome de Caramelo, foi espancada até a morte e teve os olhos perfurados. O corpo do animal foi jogado em um terreno ao lado da praça do conjunto.

Uma protetora de animais que preferiu não se identificar, relatou que mora nas proximidades do local onde ocorreu o crime. Ela relatou que a cadela não tinha tutores e morava na rua, porém, moradores de uma instância a alimentavam e cuidavam dela. “Ela [cadela] sempre andava pelas redondezas e tinha a simpatia de um homem que morava em uma instância. Ele sempre dava comida pra ela, até que um dia ela apareceu prenha”, detalhou.

Próximo do período de a cadela parir os filhotes, a protetora chegou a acionar algumas instituições que cuidam de animais em situação de rua por meio de grupos no WhatsApp, porém não conseguiu atendimento para o animal. “No dia 10 passei perto da praça, vi o rapaz que cuidava da Caramelo e perguntei por ela. Ele me disse que ela morreu tentando ter os filhotes e que ele havia jogado o corpo no terreno ao lado da praça”, relatou.

Ela contou ainda que segundo moradores do local, a cadela tentou entrar no terreno da estância para ter os filhotes, mas foi brutalmente espancada. “Ela procurou por esse lugar para parir pois era ali que cuidavam dela e ela se sentia segura para isso, porém ela foi covardemente espancada até a morte”, lamentou a protetora.

Após saber onde o corpo da cadela havia sido jogado, a protetora foi averiguar de perto. Para a surpresa dela, a cadela não conseguiu parir, os filhotes ainda estavam na barriga dela. “Além disso, ela estava com perfuração nos olhos, e um ferro, que provavelmente foi usado para espancá-la, ao lado. Fiquei de mãos atadas, sem saber o que fazer, e com o coração partido, já que todos os dias ela me acompanhava na praça para que eu fizesse massagem na barriga dela. Nós protetores pedimos que seja feita uma investigação, que o caso seja apurado. Isso não pode continuar”, protestou.

Em seguida, a protetora entrou em contato com a Associação Rede de Apoio e Defesa dos Animais de Roraima (RadaRR). A vice-presidente da instituição, Palmira Leão, orientou e auxiliou a protetora a registrar um Boletim de Ocorrência, que foi feito de forma on-line.

“Existe lei que pune quem comete maus-tratos contra animais. Essa pessoa deveria ter sido presa na mesma hora. Se tivesse sido pego em flagrante teria sido preso. A agressão contra cães e gatos é motivo de prisão. A gente já fez várias reportagens sobre isso. Tem legislação que proíbe que essas pessoas tenham outros animais. Mas o problema é que nem sempre a polícia vai verificar as ocorrências, o que acaba gerando uma sensação de impunidade”, criticou Palmira.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o caso será investigado pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e, sendo constatado os maus tratos, o autor, assim que identificado, será intimado para comparecer à delegacia. O fato será apurado mediante inquérito policial e a pena do crime pode chegar a cinco anos.

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