O garimpo que mantém milhares de pessoas é o mesmo que mata inocentes

De acordo com estimativas de associações, os garimpos ilegais de Roraima mantêm mais de 25 mil pessoas. São diversas funções exercidas em áreas que não oferecem nenhuma segurança ou garantias. Enquanto poucas pessoas faturam alto nessas áreas, normalmente dentro de terras indígenas, mulheres e crianças acabam sendo vítimas de esquemas ilegais e que matam por mero prazer.

Nessa semana mais casos de covardias foram registrados em uma região de garimpo. Uma menina yanomami de apenas 12 anos teria sido estuprada e morta na comunidade que fica na região de Waikás. O outro caso é de uma criança que desapareceu no rio após cair de um barco. No local moram cerca de 50 pessoas e nas proximidades estão dezenas de garimpeiros explorando ilegalmente a terra indígena.

A denúncia foi feita pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde, Júnior Yanomami. Segundo ele, os garimpeiros não respeitam as mulheres e crianças e quase sempre são registradas situações como essa da criança assassinada essa semana.

“Uma outra menina de quatro anos foi arrastada pelos homens e a tia dela tentou intervir. A criança caiu da embarcação e desapareceu. As buscas continuam”, disse Júnior.

OUTRO CRIME

Foto: divulgação

Essa semana um garimpeiro foi assassinado e ainda teve todo ouro roubado. Raimundo Ivanildo Castro, de 59 anos, foi morto num desses garimpos ilegais na região de Alto Alegre. O corpo de “Boca Rica”, como era conhecido o garimpeiro, foi transportado para Boa Vista de helicóptero. A Polícia Civil disse que o crime será investigado.

Ainda de acordo com Associação Hutukara, que cuida dos yanomami, no início desse ano uma adolescente de 15 anos já havia sido estuprada por um garimpeiro e que esse tipo de crime se torna cada vez mais comum nessas regiões. A associação afirma ainda que muitas mulheres acabam trocando sexo por comida e que o uso de bebidas alcoólicas se tornou mais um agravante para que os crimes ocorram rotineiramente.

O Ministério Público Federal informou que já está investigando os casos nas regiões de garimpo de Roraima após tomar conhecimento por meio da imprensa.

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