Economia de Roraima deve continuar em pleno crescimento em 2023, aponta economista

Apesar de expectativa de crescimento, a inflação deverá ser responsável pela redução do poder de compra do roraimense

Por: Isaque Santiago | Foto: Arquivo pessoal


O ano de 2022 foi um dos melhores anos para a economia de Roraima. A taxa de desemprego ficou em 4,9%, a menor da história. Com a chegada de fábricas de beneficiamento para a industrialização de produtos agrícolas e o aquecimento dos setores de comércio e serviços, a expectativa é que o índice seja mantido e que a geração de emprego continue em franco crescimento.

A projeção é do economista de Roraima, Fábio Martinez, que listou uma série de fatores que vêm impulsionando a economia local. O primeiro deles é o agronegócio. A cada ano a área plantada aumenta e boa parte dessa produção é exportada e beneficiada fora do Estado.

“Temos algumas indústrias que estão se instalando em Roraima e isso vai aquecer ainda mais a economia. Com a produção sendo beneficiada aqui, além da geração de empregos, o dinheiro passa a circular no mercado local e o Estado acaba arrecadando mais”, explicou.

Apesar de ser um dos segmentos que mais cresce em Roraima, o agronegócio ainda não lidera o ranking das atividades que mais movimentam a economia. Esse posto continua sendo ocupado pela administração pública.

“Logo em seguida vem a administração pública, que ainda tem um peso relevante na nossa economia. Mas o setor privado vem crescendo a cada ano e as vagas de emprego geradas na iniciativa privada já superam as da administração pública”, pontuou o economista.

Conforme dados do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, divulgados em novembro de 2022, a administração pública é responsável por 45% das receitas do Estado, seguida do setor de comércio e serviços com 36,5%, Indústria com 11,6% e, por fim, a Agropecuária com 6,9%.

Inflação deve continuar em alta em 2023

Apesar da expectativa de crescimento, Martinez alerta para o aumento da inflação. “A inflação deve continuar acentuada, talvez idêntica ou um pouco superior ao que vivenciamos em 2022, algo em torno de 5%. A guerra na Europa acaba impactando no preço dos combustíveis e derivados de petróleo. Isso prejudica a nossa economia e reduz o poder de compra da população como um todo”, detalhou.

Disputa pelo mercado venezuelano podem diminuir exportações 

O economista também acredita que haverá redução nas exportações para a Venezuela nos próximos meses.

“Registramos recorde de exportação para o país vizinho ano após ano e isso incrementou a economia local, gerando receita e empregos. Contudo, com o fim das sanções impostas a Venezuela, e principalmente a reabertura da fronteira com a Colômbia, vamos começar a ter uma disputa maior pelo mercado venezuelano, principalmente com a Colômbia e os Estados Unidos que são parceiros comerciais antigos na Venezuela”, disse.

Martinez afirma que a relação de Roraima com o novo Governo Federal ainda é uma incógnita.

“Sabemos que as ideias são diferentes. Inclusive, o governo estadual apoiou o candidato que acabou perdendo as eleições. Porém, acredito em uma boa relação institucional. Os avanços que tivemos nos últimos anos, principalmente de crescimento econômico, devem continuar em 2023, talvez não tão acentuado como em 2022, mas ainda assim de forma robusta e contínua”, estimou o economista.

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