Vacina contra dengue será limitada na rede privada; entenda como fica para quem ainda não tomou a 2ª dose
O laboratório deve priorizar o quantitativo necessário para que as pessoas que tomaram a primeira dose do imunizante na rede privada completem o esquema vacinal
Por: Rádio Brasil 61 | Foto: José Cruz/Agência Brasil
Com o crescimento do número de casos de dengue e da demanda pela vacina na rede privada de saúde, o grupo farmacêutico japonês Takeda, responsável pela vacina contra a dengue, informou que vai limitar o fornecimento do imunizante na rede privada. A medida visa focar o quantitativo limitado de doses para suprir a campanha de vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nas clínicas privadas a farmacêutica disse que vai priorizar o quantitativo necessário para que todos completem o esquema vacinal de duas doses.
Segundo o gerente administrativo da Vaccine, de Belo Horizonte, Leonardo Henriques, na clínica não há mais vacinas disponíveis para iniciar o esquema vacinal. “Nosso estoque da vacina Qdenga esgotou. Nesse momento nós não temos uma previsão de recebimento de um novo lote. De fato, houve um aumento de demanda no mês de janeiro em função do surto e das notificações”.
De acordo com a Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas, houve um aumento de 110,75% na procura pela vacina contra dengue entre dezembro de 2023 e janeiro deste ano. A médica infectologista Eliana Bicudo explica que tomar as duas doses e completar o esquema vacinal é essencial para se proteger contra a dengue.
“Se você recebe a primeira dose, você vai ficar com uma quantidade de anticorpo que a gente chama de “título protetor de anticorpos” bastante elevada, a partir do 14ª ou 15º dia da vacina. E há necessidade, sim, de fazer o reforço com 90 dias porque os títulos protetores se mantiveram acima de 4 anos e meio, 5 anos. As pessoas que tomaram apenas uma dose no intervalo menor, de menos de 1 ano, perderam aquele título protetor”.
Segundo o Ministério da Saúde, ainda durante essa semana vai ser definido o calendário de vacinação contra a dengue na rede pública. Inicialmente, crianças e adolescentes entre 10 a 14 anos deverão ser imunizados.