Cáritas em Roraima já distribuiu mais de 13 mil kits de proteção à Covid-19 para população migrante em situação de rua

Kits foram entregues no último ano, durante ação do projeto Orinoco, em Boa Vista e Pacaraima

Por: Cáritas Roraima | Foto: Cáritas Brasileira

Desde 2019, o projeto Orinoco: Águas que Atravessam Fronteiras, da rede Cáritas, atende a população que deixa a Venezuela para escapar da falta de alimentos, emprego, remédios e serviços essenciais. Até o ano passado, quando completou os dois primeiros anos de atuação, a ação de WASH (água, saneamento e higiene) ocorria somente em Roraima, na capital Boa Vista e na cidade de Pacaraima, na fronteira com o país vizinho.

Nessas duas cidades, o projeto possui locais estruturados com banheiros, duchas, lavanderias e bebedouros. Na capital são três instalações sanitárias, e em Pacaraima uma instalação. Em Boa Vista também há uma segunda lavanderia com máquinas industriais de lavar e secar, que serve de apoio para atender a demanda do público de atuação e também para a comunidade do entorno.

Somente na segunda etapa, iniciada em outubro de 2020, que veio em resposta à crise sanitária da Covid-19, ao menos 17 mil migrantes e refugiados, vindos da Venezuela e em situação de rua, foram atendidos por meio do projeto. Todos os números de acesso único, e também o perfil da população atendida, são acompanhados e publicados mensalmente pela equipe de monitoramento do projeto na plataforma de dados Power Bi. Acesse aqui os dados.

 Além dos atendimentos únicos nas instalações, Orinoco também distribuiu, no último ano de trabalho, mais de 13 mil kits de higiene pessoal, de limpeza e de proteção ao coronavírus para homens, mulheres e crianças. As ações na primeira e segunda fase contaram com o apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

Agora, com o apoio do Escritório de População, Refúgio e Migração (PRM) dos Estados Unidos, o projeto chega a capital de outros quatro estados brasileiros: Acre, Pará, Piauí, Rondônia, e em Roraima amplia ação para os municípios de Mucajaí, Caracaraí e Rorainópolis. No estado do Acre, o projeto também atua no município de Brasileia, na fronteira com a Bolívia.

Quando falamos de WASH, falamos de garantia de direitos, de proteção, de dignidade. Essa expansão é uma resposta à pandemia, em que sabemos que garantir água segura e itens de higiene é fundamental. Nossa proposta é construir ou reformar banheiros, pontos para lavagens de mãos e também a entrega de kits de higiene. Tudo isso conciliando sempre com os trabalhos das equipes de promoção de higiene que tratam de temáticas importantes como: lavagem correta das mãos, higiene pessoal e formas de prevenção à Covid-19”, comentou Raphael Macieira, coordenador nacional do projeto Orinoco.

Para além de seguir com as ações de acesso à água potável para beber, tomar banho e lavar roupas, nesta etapa de atuação, o projeto Orinoco desenvolve o setor de Proteção, proporcionando aos mais vulneráveis acesso justo e igualitário a recursos e oportunidades.

“Auxiliamos desde o acesso à regularização migratória, até o acompanhamento de casos graves de violação de direitos como vítimas de violência, tráfico de pessoas e exploração trabalhista. Nosso papel principal é garantir o acesso a informações seguras, sobretudo considerando o contexto de vulnerabilidade ao qual estão expostos, e assegurar que o estado se responsabilize em garantir a assistência necessária prevista pelas políticas públicas nacionais”, explicou a coordenadora nacional de proteção do projeto Orinoco, Elis Marques.

Melhorias de água e saneamento em 15 ocupações espontâneas

Além das instalações sanitárias, o Orinoco também promove melhorias de água e saneamento em 15 ocupações espontâneas (locais que possuem estruturas improvisadas) atendidas pela Cáritas em Roraima, na capital do estado e na cidade brasileira fronteiriça.

Nestes locais, são garantidos módulos de banheiro, com sanitário, chuveiro e pias; estações de lavagem de roupas; melhorias nas estruturas já construídas pelas comunidades; e distribuição de kits de limpeza e de higiene pessoal, com momentos educativos, como resposta de proteção à pandemia.

Em 2021, o Orinoco também acolheu comunidades tradicionais que recebem indígenas vindos da Venezuela: Tarau Paru, Sorocaima, Bananal, e o grupo que deixou a antiga ocupação urbana Ka’Ubanoko, em Boa Vista, e hoje vive no município do Cantá.

Comente

Seu e-mail não será publicado. Campos obrigatórios *.