‘Diagnóstico esclarece muitas coisas’, relata jornalista que tem Transtorno de Borderline
Jéssica Ferri reforça a importância do acompanhamento médico para melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem com o transtorno
Por: Bruna Cássia | Foto: arquivo pessoal
A jornalista Jéssica Ferri tinha 31 anos quando foi diagnosticada com o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), mas ela relata que se sente diferente desde a adolescência. “Eu nasci assim”, reforça. Hoje, aos 33 anos, ela conta que está voltando ao mercado de trabalho aos poucos e tem saído do isolamento com a ajuda de amigos próximos e, principalmente, da família.
Mas até chegar nesta etapa, Jéssica sofreu bastante. “Esse transtorno quase destruiu a minha vida”, relembra. Para entender melhor sobre a situação da jornalista, é necessário explicar o que é este problema que atinge 6% da população mundial.
Conforme o Instituto de Psiquiatria Paulista, o TPB “é um problema de saúde psicológico e psiquiátrico, em que o acometido apresenta uma personalidade com um padrão de instabilidade constante do humor e do comportamento, com mudanças de atitude súbitas e de forma impulsiva”.
“Uma pessoa que sofre com o transtorno de borderline pode vivenciar episódios intensos de raiva, depressão ou ansiedade com duração variável de horas a dias; podendo, inclusive, cometer tentativas de suicídio. Se trata, portanto, de um transtorno de difícil diagnóstico, porém cuja identificação e tratamento corretos são de extrema importância”, acrescenta.
O nome do transtorno, por sua vez, vem da palavra em inglês “border”, que significa borda. Isso quer dizer que a pessoa com TPB está sempre no limite das emoções. O mesmo acontece com a jornalista. “Eu sempre fui explosiva, sempre amei demais, odiei demais. Nada tem meio termo”, diz.
O diagnóstico e tratamento
O caso de Jéssica foi considerado grave. Ela já havia sofrido com depressão profunda, tentativas de suicídio e se isolou por dois anos. “Depois que iniciei o tratamento isso parou de acontecer com frequência”, pontuou.
Após ser diagnosticada com o Transtorno, ela iniciou o tratamento, momento em que ela voltou aos poucos para a rotina com a família, amigos e de trabalho.
“Hoje o diagnóstico esclarece muitas coisas, por isso é importante procurar um profissional psiquiatra. A terapia cognitiva comportamental é que vai te ajudar a reaprender a viver e os remédios são parte importante do processo”, orienta a jovem.
O apoio da família e amigos é fundamental
Além do acompanhamento médico, a jornalista conta que o apoio das pessoas próximas a ela foi de extrema importância para ela melhorar.
“Mudei minha rotina, meus amigos me ajudaram a sair mais de casa, voltei a morar com meus pais porque não posso ficar sozinha ainda. O suporte da minha família foi essencial nesse processo, somos muito unidos. Isso salvou a minha vida”, finaliza.