Entenda como o diagnóstico do autismo se tornou mais fácil e frequente

Transtorno do espectro autista (TEA) reúne diferentes condições marcadas por alterações no desenvolvimento neurológico relacionadas a dificuldades de relacionamento social

Por: CNN Brasil | Foto: Agência Brasil


Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado neste domingo (2), destaca a importância do diagnóstico adequado, do acompanhamento especializado e da inclusão social.

O transtorno do espectro autista (TEA) reúne diferentes condições marcadas por alterações no desenvolvimento neurológico relacionadas a dificuldades de relacionamento social.

Estima-se que em todo o mundo cerca de 1 em cada 100 crianças tenha autismo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa estimativa representa um valor médio, e a prevalência relatada varia substancialmente entre os estudos. Algumas pesquisas controladas, no entanto, relataram números substancialmente mais altos. Além disso, a prevalência do autismo em muitos países de baixa e média renda é desconhecida.

Cerca de 1 em cada 36 crianças foi identificada com transtorno do espectro do autismo, de acordo com estimativas da Rede de Monitoramento de Deficiências de Autismo e Desenvolvimento dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

No Brasil, os estudos de prevalência da condição são escassos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) incluiu uma pergunta sobre autismo no questionário da amostra do Censo Demográfico 2022. No entanto, os resultados ainda não estão disponíveis, segundo o instituto.

De acordo com o Ministério da Saúde, os sinais de impactos no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, com o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. Além disso, a prevalência do distúrbio é maior entre indivíduos do sexo masculino.

O termo “espectro” é utilizado para englobar situações e apresentações muito diferentes da condição, que vão de níveis leves a graves. Entre os sinais estão dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

“Atualmente, mais precisamente desde 2013, utilizamos o termo transtorno do espectro autista, ao invés de somente autismo, visto que há uma diversidade de sinais e sintomas e níveis de intensidade desses, diferentes em cada indivíduo portador do quadro”, explica Leandro Gama, neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo.

Especialistas em saúde mental e infantil alertam que a identificação de atrasos no desenvolvimento bem como o diagnóstico oportuno permitem a realização de intervenções comportamentais e apoio educacional de maneira precoce, levando a melhorias na qualidade de vida a longo prazo.

As causas do transtorno do espectro autista ainda permanecem desconhecida. Evidências científicas apontam que não há uma causa única, mas uma interação de fatores genéticos e ambientais.

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