Mulheres são maioria nos serviços de saúde de Boa Vista

Muitas delas acumulam histórias de amor, dedicação, superação, garra e principalmente persistência

Com informações de Jamile Carvalho | Foto: Andrezza Mariot

As mulheres hoje representam 68,79% da força de trabalho da saúde municipal, tanto nas atividades diretas de assistência na atenção básica como especializada. Dos 2.765 servidores da Secretaria Municipal de Saúde, 1.902 são mulheres. Muitas delas acumulam histórias de amor, dedicação, superação, garra e principalmente persistência.

Como é o caso da enfermeira Odemila Costa, de 35 anos, que há mais de 10 anos atua na área de saúde. Ela é paraense e veio para Roraima quando surgiu a primeira oportunidade, com a finalidade de trabalhar com públicos diversos e aqui começou na saúde indígena, onde atuou por quatro anos.

Odemila é especialista em saúde pública e em Segurança do Paciente. Hoje, faz mais uma especialização, agora em sexologia. “É um assunto que me interessa muito, pois trabalho com mulheres na área de educação em saúde, na UBS. Geralmente temos muitos questionamentos relacionados a esse tema”, disse.

“Passei quatro anos na saúde indígena, isso me trouxe experiências incríveis, hoje estou trabalhando na atenção básica e sou preceptora na unidade onde trabalho. Venho de uma família de professores e isso me ajuda a exercer meu papel. Me sinto realizada, pelas conquistas ao longo da minha história, principalmente por ser mulher, ter que enfrentar muitos desafios e cumprir jornadas duplas, ser esposa e ainda exercer com muito amor e dedicação o nosso trabalho’, concluiu.

Odemila trabalha na UBS Cambará no Programa Saúde da Família, desenvolvendo os programas Saúde da Mulher, da Criança, do Homem, do Idoso, do Adolescente, IST/Aids, tuberculose, hanseníase e outros programas que fazem parte da atenção básica do município. Tem como sonho e próxima meta, ser mãe.

Há quatro anos, também atua como preceptora na unidade de saúde e ainda é plantonista a noite no Hospital das Clínicas. “Sempre procuro fazer e dar o melhor de mim, e tenho conseguido bons resultados com pacientes tão queridos que nos procuram para agradecer o trabalho realizado”, garantiu.

Já a médica pediatra, Aillma Modesto Jacó, de 32 anos, atua hoje no Hospital da Criança Santo Antônio. Ela é pernambucana e chegou em Roraima em 2008. “Fui criada para ser médica, meu pai sempre me cobrou dedicação nos estudos para que pudesse ser uma profissional de excelência”, frisou.

A médica começou pela atenção básica, na UBS Caranã, atendendo como clínica geral. Hoje, mãe de Serena Flor, de 1 ano e 4 meses, se depara com um dos desafios de ser médica. Quando chega em casa, na maioria das vezes, a filha já está dormindo. “É de apertar o coração, mas fico tranquila, pois a gente prioriza outros momentos em família. E quando começo a atender as crianças fico mais aliviada, sabendo que estou ajudando quem precisa e eu explico para ela, para entender também”, disse.

Atualmente a médica trabalha no trauma do Hospital da Criança Santo Antônio, onde as situações dos pacientes são bem delicadas. Ela ressalta que gostar de trabalhar com criança envolve e acolhe principalmente os pais e responsáveis, pois acredita que isso interfere na recuperação mais rápida da criança. A médica também coordena o setor de emergência da unidade.

“Procuramos sempre melhorar as condições de nossas crianças aqui dentro da unidade hospitalar. Gosto de trabalhar aqui porque é um hospital organizado, que me dá condições de desenvolver o meu trabalho, sempre tentando fazer o melhor. Já trabalhei em outros hospitais que me senti frustrada como médica, e aqui não”, garantiu.

A realização na profissão é marca da médica. “Gosto de trabalhar com crianças, hoje me sinto muito realizada, pois consigo ajudar muito na recuperação delas. Deixei de trabalhar no consultório particular porque meu desejo é ajudar as crianças mais carentes, e aqui no hospital consigo fazer isso, ajudar a recuperar crianças que muitas vezes chegam bem abatidas, precisando de socorro. Me sinto útil aqui”, relatou a médica.

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