Projeto ‘Moda Inclusiva’ promove acessibilidade para pessoas com deficiência em Roraima
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Iniciativa foi idealizada em 2018 pela jornalista Raphaela Queiroz após ela participar de um curso de consultoria de estilo
Por: Bruna Cássia | Foto: Abreu Mubarac
Foi após um curso de consultoria de estilo no Senac, realizado em 2018, que a jornalista Raphaela Queiroz teve a ideia de criar o projeto Moda Inclusiva, com objetivo de promover acessibilidade e visibilidade para pessoas com deficiência. Atualmente, a ideia também abrange pessoas com nanismo e plus size.
“Aprendi muito nessa época. Fui apresentada para a moda inclusiva que é a moda voltada para a diversidade dos corpos e focada na acessibilidade, buscando abranger as pessoas com deficiência e também seus cuidadores”, iniciou Raphaela.
O projeto visa a confecção de peças com costuras, fechos e zíperes em locais estratégicos para ajudar essas pessoas a se vestirem. Mas Rapha lembra que além da acessibilidade, é importante fazer roupas bonitas.
“Não basta fazer algo somente confortável. A roupa precisa ter o apelo de moda para que as pessoas se sintam bonitas, empoderadas e com a autoestima elevada”, reforçou.
Ao fim do ano passado, a ideia da jornalista foi contemplada pela Lei Aldir Blanc e, com isso, a equipe recebeu recursos para dar andamento ao projeto. Uma das ações realizadas pelo Moda Inclusiva foi um editorial de moda que, posteriormente, se transformou em documentário.
O cadeirante João Souza e a Taís Souza, que se locomove com auxílio de muletas, foram os modelos escolhidos para o editorial do projeto.
“Fizemos o ensaio fotográfico e esse trabalho virou tema de um documentário apresentado no início de dezembro no Centro Amazônico de Fronteiras [CAF]. Convidamos a sociedade civil, além da Prefeitura e Governo. A ideia é que os poderes executivos ouvissem essas pessoas a fim de realizar políticas públicas de inclusão e acessibilidade em Roraima”, detalhou.
Sobre o documentário
Com cerca de 15 minutos, o curta mostra os bastidores do ensaio além de entrevistas com especialistas no assunto e também pessoas que trabalham com a costura.
“Foi abordada a possibilidade de a costura inclusiva fomentar a economia no estado, com o trabalho de costureiras e ateliês. Ou seja, além de promover o empoderamento dessas pessoas, a produção de costura inclusiva vai gerar renda na região”, acrescentou.
Quais mudanças o projeto trouxe?
“O projeto foi super importante para mim porque permitiu-me aprender mais sobre inclusão e acessibilidade, além de difundir em Roraima a importância da moda inclusiva. É uma abordagem da moda que é pouco comentada e que muitas pessoas não conheciam. O retorno de quem participou tem sido positivo também; os modelos compartilharam o quanto o projeto mudou a vida deles e tudo isso é muito gratificante”, disse a jornalista.
Mas além de mudar a vida deles, o projeto pode modificar a forma como o próprio comércio age diante da inclusão.
“A ideia é estimular os empresários para que eles tenham um olhar para todos os clientes e, com isso, passem a promover treinamento para os funcionários e disponibilizem mais acessibilidade nos prédios que, em maioria, não são acessíveis e acaba ferindo o direito de ir e vir dessas pessoas. É muito importante que cada vez mais sejam feitos projetos como esse que deem visibilidade paras pessoas com deficiência e outros públicos”, concluiu.