PF, Funai e MPF vão à terra indígena investigar crimes, mas não encontram indícios

Após denúncias de crimes praticados por garimpeiros contra indígenas na região do Waikás, a Polícia Federal, Fundação Nacional do Índio e o Ministério Público Federal se deslocaram ao local para investigar denúncias da morte de uma adolescente e do desaparecimento de uma criança. Mas segundo os órgãos não foram encontrados indícios dos crimes.

A denúncia de que uma menina de 12 anos teria sido estuprada e morta por um garimpeiro e que uma criança indígena teria sido raptada e caído de uma embarcação foi feita pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Yanomami, Júnior Hekurari Yanomami. As acusações contra garimpeiros tomaram dimensões em nível nacional essa semana.

A rivalidade entre indígenas e garimpeiros aumenta a cada ano. Os confrontos são constantes em terras indígenas. Vários tiroteios já foram registrados em áreas diferentes de garimpo e quase sempre acabaram com vítimas. Alguns foram filmados e mostram até os índios com armas de fogo.

O garimpo em Roraima é ilegal, mas, mesmo assim, a estimativa é que pelo menos 25 mil pessoas vivam nessas áreas. Segundo ONGs e órgãos fiscalizadores a degradação do meio ambiente é grande e os rastros de destruição são evidentes em vários pontos do Estado.

Para piorar, indígenas também fazem parte de esquema ilegal. Alguns índios estão dentro dos garimpos e outros cobram propina ou montam pontos de pedágio que cobram até R$ 1.500 pela liberação de cada embarcação. Esses barcos levam pessoas, comida, combustível e equipamentos para o garimpo ilegal.

Nos últimos anos, a PF e o Exército Brasileiro já fizeram diversas operações em locais de difícil acesso onde o garimpo tomou conta. Vários alojamentos e aeronaves foram destruídos nessas investigas, porém, o garimpo segue mantendo sua atividade em centenas de locais de Roraima.

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