Espaço Recreativo Casulo usa o ‘brincar’ para o desenvolvimento infantil
Local funciona desde 2017 em Boa Vista e atende crianças de 1 a 4 anos de idade
Por: Bruna Cássia | Fotos: arquivo pessoal
Com o advento da era digital, as crianças praticamente nascem com o celular na mão. A tecnologia tem suas vantagens, mas manter os costumes tradicionais também é uma boa opção.
Essa é a proposta do Espaço Recreativo Casulo que utiliza o “brincar” para promover o desenvolvimento infantil, conforme explica uma das donas do espaço, Marcela Oliveira.
“Nós somos um espaço de Recreação Infantil e utilizamos o brincar como ferramenta para contribuir com o desenvolvimento integral do SER, e o mais interessante é que esse desenvolvimento envolve não apenas as crianças, também e principalmente o adulto envolvido com o trabalho”, reforçou.
Entre as atividades exercidas no Espaço, estão:
Atividades que trabalha corpo e movimento
- Músicas com comando e ações
- Circuito motor
- Dança
- Ioga, meditação e massagem
Experimentos
- Misturas com diferentes elementos para trabalhar o visual, sensorial e olfativo.
Livre brincar
- Contação de histórias
- Encenação/ teatro
- Fantoche
- Leitura
Atividades que estimula a coordenação motora fina, criação e concentração
- Alinhavo
- Recorte
- Colagem
- Pintura
Brincadeiras infantis
- Esconde-esconde
- Corrida com saco
- Banho de mangueira
A Marcela reforça que o espaço recreativo, que atende crianças de 1 a 4 anos de idade, não utiliza meios digitais para realizar as atividades e explica o porquê.
“Atualmente, tanto adultos quanto crianças estão muito imediatistas. Queremos ser atendidos de pronto, até os áudios no WhatsApp, vídeo aulas, etc podem ser acelerados para ‘ganharmos tempo’ e como resultado dessa aceleração desenfreada, muitos estão deixando de perceber ou notar a si mesmos e as pessoas a sua volta”, iniciou.
“Então, quando propomos essas atividades para as crianças é para permitir que elas consigam se perceber, perceber as pessoas e o ambiente a sua volta. Desta forma contribuímos para que as crianças consigam viver o que elas realmente são em sua essência, buscando trazer a existência o que cada um tem dentro de si, o respeito e consideração para consigo e para com o próximo”, acrescentou.
Com todas as atividades, o Casulo busca fazer, considerar, respeitar, notar e zelar. “Além de amar ao próximo como gostaríamos que fizessem conosco. Então, quando estamos focados em ensinar, tudo se torna uma lição e todas as atividades que oferecemos, independentemente do tipo de atividade, todas tem esse objetivo”, afirmou Marcela.
Como surgiu
A Marcela, que atua como educadora socioemocional, contou que em meados de 2017 ela e a família idealizaram o Casulo e iniciaram a jornada.
“Meus pais, Janilda Cruz e Edmilson Lopes, viajaram para os Estados Unidos para conhecer uma neta e tiveram a oportunidade de visitar e conhecer muitos lugares preparados para crianças, o que encantou eles. Ao chegarem em Boa Vista, participaram da aflição da minha irmã mais nova, Lilian Cruz, pela busca de um local para receber minha sobrinha. Então, juntos tiveram a ideia de iniciar o Casulo, inicialmente, com três crianças”, relembrou.
Alguns meses depois, ela se viu totalmente envolvida no projeto e resolveu deixar de lado a carreira de farmacêutica.
“Quando me dei conta, já estava envolvida na rotina com as crianças até que chegou o momento de eu precisar optar entre seguir minha profissão na minha formação ou se mudaria completamente. Apesar de amar minha formação, tenho a certeza que tenho um propósito muito maior no universo infantil, o que me permite aprender e a me desenvolver todos os dias”, concluiu.